A proposta, que já foi aprovada pela Câmara dos Deputados, permite que terrenos à beira-mar, atualmente pertencentes à União, possam se tornar propriedade de pessoas e empresas. No entanto, não prevê a comercialização da faixa de areia ou das águas dos oceanos.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que o tema “não vai ser pautado da noite para o dia, nem haverá nenhum tipo de açodamento”.
Argumentos a Favor
Os defensores da PEC das Praias acreditam que a medida trará vários benefícios, incluindo a regularização de unidades habitacionais em áreas carentes e a promoção de investimentos em áreas litorâneas degradadas.
Regularização de Propriedades: Flávio Bolsonaro (PL), relator da PEC no Senado, argumenta que a proposta permitirá a regularização de moradias no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e em comunidades quilombolas. Ele acredita que a titulação das propriedades oferecerá segurança jurídica aos moradores, possibilitando que sejam donos legais dos locais onde vivem.
Investimentos e Empregos: O deputado Alceu Moreira (MDB-RS), que relatou a proposta na Câmara, defende que a regularização das propriedades à beira-mar fomentará investimentos em áreas que atualmente se tornaram “cortiços”. Segundo ele, isso resultará na criação de milhares de empregos e no desenvolvimento econômico dessas regiões.
Argumentos Contra
Por outro lado, os opositores da PEC alertam para os riscos ambientais e sociais que a medida pode causar.
Proteção Ambiental: O governo, através dos Ministérios da Gestão e do Meio Ambiente, se posiciona contra a proposta, argumentando que ela pode prejudicar comunidades ribeirinhas e ecossistemas marinhos. O Painel Mar, uma plataforma de estudos sobre ecossistemas marinhos, explica que áreas como mangues e restingas são cruciais para proteger o litoral contra o avanço da água do mar.
Acesso Público: Críticos também temem que a privatização de terrenos à beira-mar possa restringir o acesso da população às praias, áreas tradicionalmente de uso público.
A PEC das Praias está atualmente sendo analisada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado, um passo crucial antes de qualquer votação no plenário. A decisão final terá um impacto significativo tanto para a proteção ambiental quanto para o desenvolvimento econômico das regiões litorâneas do Brasil.
Nas redes sociais, o debate sobre o tema também gerou uma grande mobilização entre os internautas. Influenciadores e ativistas gravaram vídeos se opondo à proposta e incentivando a população a se manifestar contra ela.