A empresa ET&S Tratamento Ambiental e Saneamento Ltda com sede em Linhares foi interditada por ordem da justiça, atendendo ao pedido dos Ministérios Públicos estadual e federal. A empresa com sede às margens da estrada que liga Linhares a Povoação, atua no tratamento de dejetos e esgoto de indústrias para depois jogá-los limpos no rio doce, mas é acusada de camuflar esse processo, despejando clandestinamente o esgoto in natura no rio. Na decisão a Justiça determinou a imediata suspensão da licença ambiental sob pena de multa diária de R$ 20 mil.
Em 2017 a polícia federal já havia cumprido mandados de busca e apreensão de documentos na sede da ET&S e na residência de seus sócios, justamente por lançar esgoto sem o devido tratamento no rio doce. a denúncia partiu de pescadores e foi confirmada pela PF no decorrer das investigações.
Fiscalizações conjuntas também já foram realizadas por Iema, Ibama, Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) e Polícia Militar Ambiental, em que foi flagrado o lançamento ilegal diretamente no solo de resíduos sem tratamento, com características compatíveis com os efluentes recebidos pela empresa. Técnicos do MP Estadual e da Agerh ainda promoveram a análise preliminar do processo de licenciamento ambiental da empresa, em que verificaram evidências de que foram prestadas informações inverídicas no seu bojo por parte da ET&S.
Em âmbito federal, a empresa ET&S Tratamento Ambiental e Saneamento Ltda. também é alvo de uma investigação do MPF, que está sob sigilo. De acordo com a decisão da Justiça Estadual, todas as provas colhidas nesta terça, durante a operação, poderão ser compartilhada entre os Ministérios Públicos. O procurador da República em Linhares, Paulo Henrique Trazzi, explica que o pedido de suspensão das atividades da empresa foi necessário, uma vez que durante várias vistorias realizadas na empresa ET&S foi observado que os efluentes são lançados no Rio Doce sem o devido tratamento.