Na madrugada do dia 18 de março, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), definiu seu enteado, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, filho da professora Monique Medeiros da Costa e Silva, como “doce” e “tranquilo”.
Ao prestar depoimento sobre a morte do menino, na 16ª DP (Barra da Tijuca), o parlamentar negou ter sido processado criminalmente em seus relacionamentos anteriores e afirmou acreditar que sua ex-mulher, a dentista Ana Carolina Ferreira Netto, o tenha acusado de lesão corporal em “decorrência de ciúmes”.
Na delegacia, Jairinho confirmou as informações prestadas por Monique, que dão conta que eles acordaram, por volta de 3h30 do dia 8 de março e encontraram Henry caído no chão, com mãos e pés gelados e olhos revirados. O menino foi levado ao Hospital Barra D’Or, mas as médicas garantiram que ele já chegou morto a unidade de saúde e com as lesões descritas no laudo de necropsia.
O documento aponta hemorragia interna e laceração hepática, provocada por ação contundente, e que o corpo da criança apresentava equimoses, hematomas, edemas e contusões. Como O Globo mostrou, um alto executivo da área de saúde afirmou ter sido contactado por Jairinho para agilizar a liberação do corpo sem o encaminhamento para o Instituto Médico Legal (IML), no Centro da cidade.
Ao longo das investigações, o delegado Henrique Damasceno ouviu outras 16 testemunhas no inquérito, entre familiares, vizinhos e funcionários da família. Uma ex-namorada de Jairinho relatou que ela e a filha, de 3 anos à época, sofreram agressões do parlamentar. A menina, que ficava nervosa, chorava e até vomitava ao vê-lo, chegou a contar para a avó materna que teve a cabeça afundada por ele embaixo da água de uma piscina e o caso está sendo investigado em um inquérito aberto na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV).
A professora Monique Medeiros da Costa e Silva e o médico e vereador foram presos, na manhã desta quinta-feira, dia 8, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Contra o casal foram cumpridos mandados de prisão temporária por 30 dias, expedidos pela juíza Elizabeth Louro Machado, do II Tribunal do Júri da capital. Os dois agora são os principais suspeitos de participação na morte do filho. De acordo com as investigações, Jairinho agredia o menino com bandas, chutes e pancadas na cabeça e Monique tinha conhecimento disso, pelo menos, desde o dia 12 de fevereiro.
Com informações: Último Segundo – iG