Um morador de Barra de São Francisco, na região Noroeste do Espírito Santo, teve a morte por febre maculosa confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) na segunda-feira (19/06). Ela é causada pela picada do carrapato-estrela infectado com bactérias da família Rickettsia.
Segundo a pasta, de janeiro deste ano até esta semana, o Estado havia registrado 10 casos, com uma morte.
Os casos confirmados neste ano são dos municípios de: Afonso Cláudio (01), Barra de São Francisco (03), Colatina (01), Mimoso do Sul (02), Nova Venécia (01), Laranja da Terra (01) e Domingos Martins (01).
Em 2022, foram 25 casos confirmados, sendo 14 curas e 11 óbitos.
A Sesa acrescentou que entre as ações realizadas com apoio das superintendências de Saúde e dos municípios capixabas, estão:
– a emissão de nota técnica com orientações para conduta clínica dos casos e alerta aos profissionais da Saúde para suspeição da doença;
– capacitações aos profissionais médicos, enfermeiros e agentes de saúde;
– visitas aos locais para acompanhamento in loco; além do trabalho de educação de saúde orientado pela Sesa e promovida pelos municípios.
“Há novas capacitações programadas a fim de atualizar os processos e alcançar novos profissionais”, reforçou.
Também destacou que o trabalho de investigação está com o Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES) que, em 2022, passou a realizar exames de PCR para a febre maculosa, garantindo maior agilidade no diagnóstico dos casos suspeitos.
E finalizou dizendo que “em relação ao período de maior ocorrência de casos, esse acontece entre os meses de agosto a outubro, devido ao aparecimento da fase de ninfa do carrapato”.
O que diz a Prefeitura de Barra de São Francisco
A Secretaria Municipal de Saúde de Barra de São Francisco também foi procurada para detalhar o caso e quais as medidas que serão tomadas na cidade a partir da confirmação desta morte.
O que é a febre maculosa?
De acordo com o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Rickettsia, capaz de provocar febre aguda com gravidade variável.
A doença também pode se apresentar desde as formas clínicas leves e atípicas até formas graves, com alto grau de letalidade. Atualmente, a região de Campinas (SP) passa por um surto da doença com a confirmação de quatro mortes.
A doença não é contagiosa e não é transmitida de pessoa para pessoa, como a gripe, por exemplo.
No Brasil, duas espécies de bactérias estão associadas à febre maculosa:
- Rickettsia rickettsii
- Rickettsia parkeri
Ambas as doenças são transmitidas por carrapatos do gênero Amblyomma, mais especificamente o carrapato-estrela.
Além da febre, como o próprio nome indica, os sintomas incluem:
- Dor de cabeça intensa
- Enjoo
- Vômito
- Diarreia
- Dor abdominal
- Dor muscular constante
Os pacientes também podem apresentar manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, porém, podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou às solas dos pés.
Em casos mais graves, pode ocorrer gangrena nos dedos e nas orelhas e paralisia dos membros, quadro que se inicia nas pernas e sobe até os pulmões, causando parada respiratória.