A Fundação Renova informa que na quarta-feira, dia 12, começou a instalar as ensecadeiras no canal entre o rio Pequeno e o rio Doce, em Linhares. As ensecadeiras são estruturas provisórias para facilitar a execução de obras a seco no interior do canal, em áreas que estão submersas.
A intervenção, que deve durar cerca de 45 dias, faz parte da primeira etapa prevista para a realização dos estudos de viabilidade do rebaixamento do canal. A segunda etapa consiste no reforço da estrutura do barramento, recomendado pela Aecom, auditora interveniente do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), que deverá ficar pronto antes do início do período chuvoso.
A empresa Themag Engenharia, contratada pela Fundação Renova a pedido da Aecom para validação dos estudos que apontaram riscos estruturais no barramento, realizados por uma consultoria técnica especializada, também atestou a existência de problemas na estrutura e recomendou a execução de obras.
No dia 7 de junho, a Fundação Renova apresentou uma devolutiva ao Ministério Público do Espírito Santo e Defensoria Pública do Espírito Santo para alinhar com esses órgãos, além da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Civil, a possibilidade de retorno das famílias à avenida Beira-Rio e a execução de obras no barramento, de acordo com a recomendação da Aecom.
Atualmente, o nível da lagoa Juparanã está em 7,4 metros e, segundo a avaliação da Themag, oferece baixo risco de ruptura do barramento.
Porém, o estudo também aponta que existem cinco cenários a serem considerados, em caso de rompimento do barramento, no qual as casas poderiam ser atingidas e, assim, colocar em risco a segurança das famílias que estiverem no local.
Assim, a Fundação Renova informa que, em contato a ser realizado com os moradores, irá apoiar a decisão tomada por cada núcleo familiar, atendendo as necessidades e demandas, seja com relação ao retorno para as suas casas, ou a permanência em moradias provisórias.
Todo o trabalho será realizado de acordo com um plano de ação a ser elaborado em conjunto com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Civil, o Ministério Público do Espírito Santo e Defensoria Pública do Espírito Santo, bem como demais órgãos públicos municipais, estaduais e os moradores.
Entenda o caso
Uma decisão judicial de 2015, logo após o rompimento da barragem de Fundão, determinou a construção de um barramento emergencial para impedir o contato das águas do Rio Doce e da lagoa Juparanã. Apesar de temporário, o barramento permaneceu instalado, por força de seguidas determinações judicial, o que agravou a ocorrência de alagamentos, já habituais na região. Um canal ligando a lagoa ao rio Pequeno foi construído em 2018 para reduzir o nível da água na Juparanã. Para enfrentar o último período chuvoso, este canal foi ampliado em 22 de setembro de 2018 e, em caráter de prevenção, foram removidas temporariamente as 56 famílias residentes na Avenida Beira-Rio.
O barramento de Linhares é monitorado diariamente, seguindo procedimentos de segurança e contingência.
A atuação da Fundação Renova para garantir a segurança de sua estrutura e das famílias em seu entorno é realizada por profissionais das áreas de Infra-estruturar, Engenharia, Diálogo, Saúde, Proteção Social, Meio Ambiente, Segurança e Contingência.
Além dos monitoramentos higrométricos, realizados na região e em sete pontos da bacia do rio São José e na lagoa Juparanã, é realizado um checklist diário de monitoramento da estrutura do barramento. Desde o dia 28 de março, a área de Infra-instrutora realiza o monitoramento complementar a laser do barramento.