Todos os dias surgem notícias sobre ações de criminosos que clonam perfis do aplicativo WhatsApp visando obter acesso a informações pessoais das vítimas com os mais variados objetivos.
Com o acesso à conta da vítima é possível levantar informações privilegiadas armazenadas no aplicativo do alvo, saber quem são as principais pessoas de seu contato, ter acesso a fotos e vídeos que são trocados, possibilitando assim ter elementos para desferir ameaças ou chantagens, com o fim de vingança ou para obter vantagem pessoal ilícita.
Não é difícil encontrar, na Internet, sites com dicas e programas que prometem clonar o aplicativo de conversa alheio. Essas técnicas estão cada vez mais sofisticadas, porém, também existe a clonagem por meio do método chamado “Sim-Swap”. Nesse caso, o invasor clona a linha do celular da vítima e a habilita em seu chip. Assim, o criminoso consegue acessar o perfil do WhatsApp do alvo e capturar seus dados. Esse procedimento costuma contar com a conivência de um funcionário das operadoras de telefonia.
Tão logo obtém o acesso ao perfil da vítima, o invasor estuda as conversas na lista de contatos e descobre quem são as pessoas da sua relação de confiança. Apoiado nesses dados, o criminoso simula situações de emergência e consegue induzi-las a transferir quantias em dinheiro para contas específicas indicadas por ele. Nesse golpe, os amigos é que ficam com o prejuízo financeiro porque são levados a acreditar que estão ajudando um amigo em situação de perigo ou de emergência.
Vale lembrar que o uso criminoso de informações obtidas em conversas na lista de contatos de terceiros não tem limites. Em 2018, um rapaz invadiu o WhatsApp de uma colega de trabalho, e pelas conversas, descobriu que ela mantinha uma relação extraconjugal. Em seguida, ameaçou divulgar as conversas para amigos, para membros de sua igreja e, também, para o marido da moça, até conseguir, mediante essa grave ameaça, praticar sexo sem consentimento, fato que caracteriza crime de estupro. Como se vê, abre-se um universo de possibilidades para práticas criminosas quando um golpista invade a privacidade e a intimidade alheia.
Por sorte, é possível evitar ou pelo menos verificar se o seu aplicativo foi clonado. A ativação do código de verificação em duas etapas é fundamental para evitar a clonagem, seja por meio de outro aparelho celular ou até mesmo pela Web. Outras medidas de segurança que deixarão seu aplicativo menos vulnerável são: desconectar o WhatsApp web sempre que não estiver utilizando; observar por mensagens não lidas que aparecem como lidas; criar o costume de deletar as conversas com seus contatos, e por fim, não fornecer, em hipótese alguma, o código de verificação via SMS.
Esses cuidados também devem se estender aos demais dispositivos informáticos (computadores, tablets e smartphones), e incluem, entre outras precauções, ter sempre um software antivírus atualizado, não clicar em links suspeitos e realizar cópias de segurança dos seus dados. Prevenção e manter-se em estado de alerta no ambiente digital é fundamental para minimizar o risco de ter o aplicativo clonado e a vida privada invadida. Assim vale lembrar o ditado popular que nos ensina que “telhado se conserta com tempo bom”.
Fonte – Tribuna online