O medo é um estado emocional que surge em resposta a situações de eventual perigo. Esse sentimento, que é natural do ser humano, também dá sinais importantes sobre a saúde mental e a necessidade de autocuidados. Quando o medo se transforma em uma anulação individual diante da sociedade, o diagnóstico muda. Durante a pandemia da Covid, as fobias aumentaram e as atividades que antes eram comuns de serem realizadas, passaram a ser um desafio pessoal para muitos.
“Além dos sintomas físicos e psicológicos que o medo provoca, o indivíduo começa a evitar situações relacionadas à fobia, o que faz com que ele se sinta limitado”, alerta o psicólogo do Viver Bem da Unimed Vitória Vinicius Grassi. O especialista reforça que a fobia é caracterizada por um medo excessivo vivenciado perante alguma situação.
Esse medo não necessariamente representa um perigo real, no entanto o fóbico sente como se fosse, e passa a ter sintomas a partir da ansiedade aumentada provocada por aquele evento. Neste caso, o medo é diferente do que as pessoas vivenciam habitualmente. Os pacientes experimentam um temor que é incontrolável, desencadeado pela ansiedade. Esse cenário dificulta o autocontrole, gerando prejuízo ao bem-estar e à qualidade de vida.
Quando o indivíduo tem o diagnóstico de fobia, seja ela qual for, é indicado que ele seja acompanhado por uma equipe interdisciplinar, com psicólogo e psiquiatra. Alguns dos indícios de que é necessário o auxílio médico: não conseguir realizar atividades rotineiras, formigamento nos membros, ansiedade, tensão e medo extremo.
Refúgios
O professor Willian de Oliveira, de 59 anos, conta que, em meio às crises de ansiedade geradas pela pandemia, que o impediam de ir a lugares corriqueiros, a autorreflexão fez com que ele descobrisse válvulas de escape. “Desenvolvi o lado musical durante esse período, o que fez com que não emergissem pensamentos ruins. Superei a dificuldade com o poder da música”. A culinária foi outra rota de fuga para ajudar a mente a dissolver as preocupações que cercavam seus pensamentos.
Quando uma pessoa se envolve em atividades prazerosas o sistema nervoso aumenta a produção de hormônios e neurotransmissores relacionados à sensação de bem-estar. É uma sensação parecida com a que se sente depois de fazer uma caminhada ou corrida, por exemplo. São várias as possibilidades de prazer geradas pelos hormônios mais conhecidos como o quarteto da felicidade: endorfina, dopamina, serotonina e ocitocina.
Manter uma alimentação saudável ajuda na liberação desses neurotransmissores na corrente sanguínea. Praticar atividade física com regularidade, ter momentos de prazer em família e amigos, dormir bem e meditar, também são atividades capazes de manter em alta os níveis desses hormônios.