A febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii e tem como vetor de transmissão o carrapato estrela. Por isso, os casos são mais comuns no interior, principalmente em áreas de pastos e currais, sendo os trabalhadores da pecuária um dos grupos mais propensos a ter febre maculosa.
O carrapato estrela comumente é visto parasitando cavalos e outros equinos, além de bovinos e animais silvestres, como a capivara. No entanto, este carrapato pode se alimentar de sangue de uma ampla variedade de animais, inclusive cobras, aves e sapos. Justamente por isso, este carrapato pode ser carregado por consideráveis distâncias e estar presente em diferentes ambientes durante o seu ciclo de vida, facilitando a dispersão e contaminação.
A transmissão da bactéria é feita ao ser humano principalmente pelas formas jovens do carrapato, que possuem picada que muitas vezes passam despercebidas. Diferente do carrapato adulto, que possui picada dolorosa e identificada rapidamente. Por isso, as formas jovens do carrapato (micuins) são os principais transmissores. Felizmente, o carrapato estrela só transmite a bactéria após um longo período de picada – duas horas ou mais após se fixar à pele. Outro fato importante é que mesmo em áreas onde esteja havendo surto, apenas cinco em cada mil carrapatos avaliados foram considerados portadores da infecção.
Equinos, bovinos e vários animais silvestres, como a capivara, podem se infectar e não desenvolver a doença, enquanto que cães e gatos podem apresentar um quadro clínico grave. No ser humano, os principais sintomas são náuseas, dores fortes pelo corpo, manchas na pele, cansaço e vômitos. O aparecimento dos sintomas no homem ocorre entre 2 e 15 dias após a picada.
“Outra informação importante é saber detectar o carrapato certo. O carrapato do cão, de coloração marrom avermelhada não tem importância epidemiológica na transmissão da febre maculosa. No entanto, o carrapato estrela também pode parasitar os cães, por isso esses animais devem ser observados e tratados, quando portarem carrapatos”, destaca o veterinário da Secretaria Municipal de Saúde Farlen Miranda.
Cuidados para a prevenção de febre maculosa:
– Manter quintais limpos, principalmente se a moradia estiver localizada perto de área de mata ou pastagens;
– Se possível, evitar caminhadas em áreas silvestres durante o inverno e outono, período em que os carrapatos estarão mais agressivos;
– Sempre que for a campo ou em áreas de pastagem, de preferência usar sapato fechado e roupas claras, que facilitam a observação do carrapato;
– Fazer uma inspeção cuidadosa da pele após caminhada em áreas de pastagens;
– Se encontrar carrapato na pele, retirar o animal com uma pinça, nunca amassando o carrapato. Após retirar o carrapato, lavar com água e sabão ou passar álcool 70%;
– Se a pessoa se sentir mal entre 2 e 14 dias após a picada do carrapato, procurar o médico, que deverá ser informado a respeito da ocorrência da picada ou de visitação de área endêmica para a doença.
*Com informações de Comunicação PMJN