O pastor Eufrásio Marques que atua como líder da Igreja Batista Vida e Paz de Pinheiros, disse que não acredita no que foi dito por Georgeval Alves Gonçalves sobre o que aconteceu na tragédia ocorrida no dia 21 de abril, no centro de Linhares. Segundo Eufrásio, ele teria mentido devido ao seu desequilíbrio emocional. As crianças Kauã Sales Butkovsky, de 6 anos e Joaquim Alves Sales, 3, foram vítimas da tragédia e morreram carbonizadas. Eufrásio contou em entrevista à Tribuna Online como era sua relação com George e sua esposa, Juliana Sales. Veja a entrevista:
TRIBUNA ONLINE- O senhor estava com ele no dia da tragédia? Como recebeu a notícia?
PASTOR- Eu recebi a notícia por telefone, na madrugada do dia 21.
Quem te ligou?
Eu recebi um telefonema de terceiros.
O senhor era amigo dele?
Amigo não. Eu não sou amigo do George. Ele faz parte do mesmo Ministério que eu. Nos reuníamos mensalmente em um retiro espiritual. E ali era onde nos relacionávamos por um curto período de dias. Era sempre no final de semana. E o nosso relacionamento era dentro dessa plataforma, mensais.
Quando ficou sabendo da tragédia, o senhor foi até o local?
Na madrugada do incêndio eu saí da minha casa junto de minha esposa e fomos até a residência de Georgeval. Por volta de 9h30 chegamos lá. Quando eu cheguei, o Corpo de Bombeiros já estava no local fazendo a perícia. Nesse dia eu inclusive dei uma entrevista para um veículo falando da nossa solidariedade, da tristeza que nós estávamos pelo até então, acidente. Na sequência aguardamos os peritos executarem seus trabalhos. Solicitando alguém do ministério para receber os pertences pessoais e a chave da casa, eu me apresentei. Eu entrei na casa junto com o Corpo de Bombeiros e recolhemos os pertences pessoais. Eu assinei um termo de responsabilidade recebendo os pertences pessoais, como documentos e as chaves. Após a perícia, os Bombeiros liberaram a casa.
O senhor chegou a falar com George depois do ocorrido?
Só tive um momento de conversa com ele, muito curto. Foi em um hotel que ele estava hospedado após um culto.
Como ele estava?
Ele estava abalado. O estado emocional alterado. Falando coisa com coisa. Eu não tive um nível de conversa a ponto de perguntar o que aconteceu. Foi uma conversa muito curta. Eu acredito que a realidade que ele presenciou deixou ele em estado de choque aponto dele falar coisas com coisas, sem nexo, sem solidez.
O senhor acredita que ele tenha mentido?
Eu acredito que ele tenha mentido sim, em virtude desse desiquilíbrio emocional dele. A motivação eu não sei.
O senhor chegou a visualizar alguma queimadura nos pés dele?
Não. Apenas vi os pés dele enfaixados.
O que a igreja tem a dizer sobre o caso?
A situação do Georgeval não está nas mãos da igreja, está nas mãos da Justiça. Só a Justiça é que pode decidir a vida dele. A igreja não apoia esse tipo de conduta de forma alguma. A igreja não pode se comportar como os demais se comportam. Nós não podemos responder agressão com agressão, ódio com ódio. As atitudes pessoais de cada pastor é de responsabilidade pessoal deles. Porque que a igreja tem pagar por um desvio de caráter de um membro, de quem quer que seja? Não é justo! A igreja é composta por famílias, pessoas sérias, pessoas restauradas. Eu estou nesse ministério há 18 anos. Nós não podemos está dentro do mesmo pacote de Georgeval.
Sobre a investigação que aponta o colega e também pastor Absaí Júnior, qual foi sua reação?
Para mim foi uma surpresa e não esperava até que ele fosse se desligar do ministério. Isso é coisa dele. Não posso falar por ele.
A respeito de Juliana, o senhor acredita que ela tenha sido conivente com tudo que foi apontado pela polícia?
No período que eu tive contato com Juliana, que foi também bem curto, eu nunca vi nada que desabonasse ela a cerca de uma conduta de uma boa mãe. Eu sempre via ela cuidadosa, sempre atenciosa, sempre protetora das crianças. Eu nunca vi nenhum desvio de conduta dela como mãe. Eu acredito que ela não foi omissa em relação ao fato.
Fonte – tribunaonline