Uma investigação iniciada como caso de estupro resultou em um desfecho surpreendente e grave. Uma mulher de 23 anos foi indiciada pela Polícia Civil de Linhares pelos crimes de aborto ilegal e denunciação caluniosa, após mentir sobre ter sido estuprada no centro da cidade.
O caso teve início no dia 04 de setembro de 2024, quando a jovem procurou a Delegacia da Mulher relatando que teria sido violentada por um desconhecido armado com faca, enquanto caminhava sozinha por volta das 23h, no Centro. Segundo ela, o crime teria resultado em uma gravidez, ocultada do marido.
Com base no boletim de ocorrência, ela procurou um hospital de referência e realizou o aborto, permitido por lei em casos de estupro. A Polícia Científica chegou a produzir um retrato falado do suposto agressor.
Semanas depois, a própria mulher voltou atrás em sua versão, afirmando que, na verdade, o autor do estupro seria o próprio marido, de quem ela dizia ter medo. Solicitou medida protetiva e indicou um parente como testemunha do abuso.
Com isso, a Delegacia da Mulher passou a investigar o companheiro como suspeito. No entanto, ao ouvir mais de 10 testemunhas, incluindo familiares e amigos do casal, a Polícia descobriu que toda a história havia sido inventada. A suposta testemunha ocular também negou ter presenciado qualquer violência.
A apuração concluiu que a mulher inventou o estupro para justificar o aborto e, em seguida, criou novas versões para prejudicar o ex-companheiro, mobilizando órgãos como a Polícia Civil, a Polícia Científica e o Judiciário.
Agora, ela responderá por:
· Aborto provocado pela gestante (art. 124 do Código Penal), com pena de 1 a 3 anos de prisão;
· Denunciação caluniosa (art. 339), com pena de até 8 anos.
O inquérito foi concluído e já encaminhado ao Poder Judiciário.
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