A dor da incerteza tem nome: desaparecimento. E para muitas famílias capixabas, a esperança agora vem da ciência. A Polícia Científica do Espírito Santo (PCIES) e a Polícia Civil (PCES) estão participando da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, lançada nesta terça-feira (5) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
No Espírito Santo, a campanha é coordenada pelo Laboratório de DNA Forense (LABDNA) e já cadastrou 292 familiares de desaparecidos, 509 perfis genéticos de pessoas falecidas sem identificação e 8 de pessoas vivas que não sabiam sua identidade. A coleta é gratuita, sigilosa e pode ser feita por qualquer cidadão que tenha um familiar desaparecido.
🔎 LINHARES EM ALERTA
Entre os dados que mais chamam atenção está o número de desaparecimentos no município de Linhares, que já soma 54 casos registrados somente em 2025, liderando o ranking entre os municípios do interior capixaba. Em seguida aparecem Cachoeiro de Itapemirim (51 casos), Colatina (40), São Mateus (36) e Aracruz (35).
No total, o Espírito Santo registrou 1.206 ocorrências de desaparecimento só neste ano, o que representa uma média de seis pessoas desaparecendo por dia.
🧬 COMO FUNCIONA A IDENTIFICAÇÃO
A proposta da campanha é coletar o DNA de familiares de desaparecidos e comparar com perfis já cadastrados nos bancos estaduais e no Banco Nacional de Perfis Genéticos. O cruzamento de dados pode permitir a identificação de pessoas falecidas ou até mesmo localizar pessoas vivas sem identificação formal.
Segundo as autoridades, não é necessário esperar 24 horas para registrar o desaparecimento. O boletim de ocorrência pode ser feito imediatamente em qualquer delegacia da Polícia Civil. Além disso, denúncias e informações podem ser encaminhadas de forma anônima pelo Disque-Denúncia 181.
Se a pessoa for localizada, a polícia também deve ser comunicada para atualizar o status do caso.
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