Quando pensamos em margem, logo pensamos em algo que oferta segurança e que é extremamente importante para a vida do rio, porque sem elas, o rio transborda, perde suas formas, se mistura com a terra.
Falar em margem/limites parece sempre violento quando o objetivo agora é estabelecer diálogos e dar espaço para o que a criança sente. Pegamos na mão da tendência e fazemos uma livre interpretação, para esconder a nossa própria dificuldade diante da difícil missão que é educar um filho.
O adulto que cuida oscila entre “é coisa de criança” e “quem manda aqui sou eu.” Margens e limites são importantes e isso não é violento, ainda que a criança chore.
Winnicott dizia que a criança não existe sem o adulto e essa ideia me faz pensar sobre a importância de reconhecer o quê e quais são meus limites inegociáveis. Onde estão desenhadas as linhas que orientam minhas verdades e como estabeleço e ensino elas para as crianças.
É difícil mesmo e demanda tempo, consistência, intenção, além de nunca conter agressão.
Quanto mais a gente troca, mais possível fica.