Os alunos obtiveram notas acima da média no Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL) 2023, que oportunizou bolsas de 50% e 100% pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni).
Eles cursam graduação em Administração, Tecnólogo em Gastronomia e Educação Física. Após a divulgação das notas do ENEM, foi realizada uma análise dos resultados dos candidatos pela equipe psicossocial da unidade prisional e verificado com as famílias a possibilidade de inscrição no Prouni e posterior matrícula nas instituições de ensino. Eles foram matriculados no período noturno e estudam na unidade prisional pela modalidade de Ensino a Distância (EAD).
Os internos concluíram o Ensino Médio dentro do sistema prisional. O detento M.B.P. terminou o Ensino Médio no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL). Atualmente, ele trabalha na cozinha da unidade prisional e escolheu um curso que mais se identifica, Tecnólogo em Gastronomia, pela Unopar, para cursar o Ensino Superior.
“É uma oportunidade que traz muita expectativa e esperança de futuro. Espero que outros internos tenham também a mesma motivação com os exemplos que tivemos aqui na unidade prisional. Ter um curso superior significa muita coisa: alcançar meus objetivos e ter uma profissão que será motivo de orgulho não só para mim, mas para minha família”, disse M.B.P.
L.G.C. está cursando Administração na faculdade Anhanguera. Ele obteve uma bolsa de 100% com a pontuação obtida no exame nacional. “Estou muito feliz com a oportunidade. Espero futuramente administrar minha própria empresa”, afirmou.
Já o interno W.S. conta que iniciou o Ensino Fundamental enquanto cumpria pena. “Concluí os Ensinos Fundamental e Médio no sistema prisional. Agora estou matriculado na Faculdade Anhanguera e cursando uma graduação, coisa que nem imaginava. Obtive bolsa integral para o curso de Administração. Estou focado em um futuro melhor para mim”, pontuou W.S.
Educação nas prisões
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é ofertada pela Secretaria da Justiça (Sejus) e Secretaria da Educação (Sedu), em 33 penitenciárias do Estado. Cerca de 3.600 vagas são destinadas à população carcerária. São 219 turmas, sendo 135 do Ensino Fundamental e 84 do Ensino Médio.
O secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, destaca que a pasta pretende aumentar a oferta de vagas para o sistema, e ampliar a capacidade de atendimento para internos que desejam cursar uma graduação na modalidade EAD durante o cumprimento da pena.
“Temos estudado algumas medidas para aumentar as oportunidades de ensino no sistema prisional. A modalidade EAD é uma delas. Para possibilitar essa ampliação, já analisamos a introdução de soluções tecnológicas e espaços adaptados para essa finalidade em algumas unidades prisionais. Como estamos tratando da oferta de ensino nos presídios, também precisamos equilibrar as oportunidades com a segurança operacional e da informação”, explicou.
Em todo o sistema prisional, 59 internos cursam o ensino superior. Na Penitenciária de Segurança Média de Colatina (PSMECOL), 40 detentos estão na sala de aula para formação superior na modalidade EAD.
Nas unidades de regime semiaberto, os internos estudantes têm autorização judicial para sair do presídio para o estudo presencial nas instituições de ensino.
