O governo do Espírito Santo, por meio da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), decretou estado de alerta nesta quarta-feira (18/09) devido à escassez de água no estado. A medida foi tomada após a constatação de que a vazão dos rios está abaixo do esperado, agravada pela seca prolongada. O decreto, publicado no Diário Oficial do Estado, estabelece regras para os setores da indústria e agricultura, além de recomendações às prefeituras.
Na última terça-feira (17), o governador Renato Casagrande anunciou nas redes sociais a adoção de restrições para grandes consumidores de água. Segundo Casagrande, a decisão visa evitar “maiores problemas com a falta de água”. Por enquanto, não há previsão de racionamento para a população, mas o governo já sugere que os municípios penalizem o desperdício.
Reduções de Consumo por Setor
A principal medida imposta pelo decreto é a redução do volume diário de água utilizado, conforme determinado pela Agerh:
- Agricultura: 20% de redução no consumo;
- Indústria e agroindústria: 25% de redução no consumo;
- Outros usos (exceto irrigação e indústria): 35% de redução.
A prioridade, segundo o documento, é garantir o consumo humano e o abastecimento para animais. O não cumprimento das normas acarretará sanções previstas em lei.
Impactos na Indústria e Agricultura
Para o setor industrial, as novas regras exigem a adoção imediata de práticas de reuso, reaproveitamento e reciclagem da água. A meta é reduzir o consumo em 25%, e o governo recomenda a diminuição do tempo de operação dos sistemas que utilizam água.
Na agricultura, o consumo deve ser reduzido em 20%, com foco na otimização dos sistemas de irrigação. Exceções foram feitas para cultivos específicos, como hortaliças em áreas pequenas e sistemas hidropônicos. Além disso, as instituições de crédito agrícola suspenderam temporariamente o financiamento para novos projetos de irrigação.
Regras para a População
Embora não haja racionamento obrigatório, o governo recomenda que as prefeituras proíbam atividades que causem desperdício de água, como:
- Lavagem de calçadas, vidraças e veículos com mangueiras;
- Irrigação de gramados e jardins;
- Uso de água para resfriamento de telhados e umectação de vias públicas, exceto quando for reutilizada.
Situação Crítica e Aumento das Queimadas
Além da crise hídrica, o Espírito Santo enfrenta um aumento significativo no número de queimadas. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registrados 526 focos de incêndio até o dia 17, um aumento de 169% em relação ao mesmo período de 2023. O governador Casagrande já havia decretado situação de emergência e intensificado as ações de combate às chamas, pedindo o apoio da população para denunciar focos de incêndio e evitar queimadas irregulares.
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