O que começou como uma “palpitada rápida” para tentar ganhar um dinheiro extra virou um problema de saúde pública. No Espírito Santo, quatro trabalhadores precisaram ser afastados pelo INSS por vício em apostas on-line, conhecidas como “bets” e pelo popular “Jogo do Tigrinho”. Entre eles, está um trabalhador de Linhares, que, assim como outros de Aracruz, Viana e Cachoeiro de Itapemirim, teve a rotina e a renda destruídas pela compulsão.
O vício em jogos, chamado ludopatia, é um transtorno do controle de impulsos que leva ao consumo descontrolado e afeta a saúde mental, além de comprometer o orçamento familiar. Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) mostram que o Espírito Santo registrou, em 2024, três atendimentos ambulatoriais por ludopatia, o que mostra um aumento do problema que também se reflete nos ambientes de trabalho.
Segundo o psiquiatra Karisten Soares Martins, o vício em apostas provoca sintomas semelhantes aos da dependência química, como perda de controle, abstinência, recaídas frequentes, além de ansiedade, irritabilidade e depressão. No trabalho, pode resultar em faltas, atrasos e queda de produtividade.
“Em casos extremos, pode levar a condutas antiéticas, como desvio de dinheiro, e, por isso, em muitos casos, é necessário o afastamento por questões psiquiátricas associadas”, explica o especialista.
A advogada Tatiana Leão Tostes ressalta que o crescimento dos afastamentos por ludopatia mostra a gravidade do transtorno, que pode justificar o afastamento pelo INSS quando o vício compromete a capacidade do trabalhador exercer suas funções.
Dados do Banco Central apontam que, no ano passado, os brasileiros destinaram R$ 240 bilhões para as “bets”, mostrando a dimensão do problema no país.
Enquanto isso, o vício em apostas on-line continua a crescer, afetando não apenas a saúde mental de quem aposta, mas também a renda das famílias, que perdem espaço para alimentação, educação e lazer diante de promessas de ganhos rápidos que muitas vezes não se concretizam.

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