No Brasil, 9,1% da população acima de 18 anos é fumante. Segundo dados do Ministério da Saúde, esse percentual já foi maior – próximo aos 30% -, na década de 1960. Mas antes ou agora, parar de fumar ainda é um grande desafio. O cigarro é constituído de 4.720 substâncias tóxicas conhecidas, dentre elas a nicotina que induz a dependência. E se antes os riscos estavam apenas no cigarro tradicional, agora os perigos aumentaram com a popularização dos cigarros eletrônicos.
De acordo com a médica Nathália Duarte, da medicina preventiva da Samp, o vape ou “caneta” (por conta do formato) traz tantos riscos à saúde quanto o cigarro comum. Um estudo recente feito pelo Instituto do Coração (Incor) revelou que os usuários do vape fumam o equivalente a mais de 20 cigarros por dia.
“O uso do vape tem atraído o público jovem pela forma diferenciada de utilizá-lo com diferentes essências. Trata-se de um dispositivo de bateria no qual é colocado um líquido concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado pelo usuário. Muitos acham ser inofensivo, mas são tão nocivos à saúde quanto os cigarros comuns. A inflamação causada pelos cigarros eletrônicos pode causar fibrose pulmonar, pneumonia e até insuficiência respiratória”, afirma a médica.
No Brasil, a comercialização do cigarro eletrônico é proibida pela Anvisa desde 2009. Mesmo assim, os produtos são encontrados facilmente em bares e festas, e vendidos ilegalmente no comércio ou pela internet.
Quero parar. E agora?
Segundo dados do Ministério da Saúde, o tabagismo é responsável por cerca de 200 mil mortes por ano no Brasil. Ele está relacionado a mais de 50 doenças, sendo responsável por 90% das mortes por câncer de pulmão, 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por enfisema pulmonar, 25% das mortes por derrame cerebral e 30% das mortes por câncer de boca. Diante de tantos prejuízos à saúde, quem deseja parar ainda esbarra na necessidade de vencer as crises de abstinência.
“A nicotina presente no cigarro é um componente altamente viciante, além de outros elementos químicos que também causam dependência e dificultam o parar de fumar. O primeiro passo é a pessoa querer parar. Entender a importância de mudar esse hábito e buscar ajuda”, explica a médica, antes de dar dicas importantes para quem quer largar o cigarro.
- Busque ajuda
Esse é o melhor caminho para passar por esse processo. Uma equipe multidisciplinar faz a diferença para ajudar na escolha das melhores estratégias para cada caso, como por exemplo se parar de fumar de uma vez ou deixar o cigarro aos poucos.
- Entenda a abstinência
É preciso conhecer os sintomas da abstinência e entender que não existe parar de fumar sem passar pela abstinência. As primeiras 3 semanas são as mais difíceis. A pessoa fica mais irritada, com insônia e aumenta a compulsão pela comida já que o gosto da comida muda sem o cigarro. Além da força de vontade de parar de fumar, também é preciso apoio das pessoas próximas.
- Faça trocas
Como o vício pelo cigarro está ligado ao prazer proporcionado pela nicotina, é importante fazer a troca do cigarro por hábitos que sejam prazerosos e saudáveis.
- Busque apoio
A família e os amigos precisam estar juntos, apoiando todo o processo para motivar e conseguirem êxito. Trocar experiências com grupos de apoio também ajuda no engajamento.