O sonho de fazer uma graduação ainda é muito distante de uma parte da sociedade. Especialmente para quem já ultrapassou a idade considerada ideal. No Brasil, de acordo com pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS), divulgada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esta idade é de 18 a 24 anos, que no Brasil, mantém o índice estabilizado em 32,7% apenas, da população matriculada em cursos de graduação.
Superando esta estatística está Kátia Brambati Freire, moradora de Guarapari, que, aos 50 anos de idade, ingressou no curso superior em Administração.
A graduanda está no terceiro período da faculdade, um sonho desde o ensino médio que, aliás, foi realizado concomitante ao técnico – como para muitas pessoas que precisam trabalhar e estudar – na área de administração e contabilidade. Trabalhar e cuidar da família eram as prioridades na ocasião. “Sempre foi um sonho fazer faculdade de Administração. Eu fiz o técnico e nunca trabalhei diretamente nesta área, eu trabalhava no comércio. Casei, depois tinha minha filha para criar, não teve como eu sair do segundo grau e entrar direto na faculdade como eu sonhava”, relembra Kátia.
Mesmo com as adversidades da vida de esposa, trabalhadora e mãe, Kátia nunca deixou de sonhar com o curso superior e este sonho foi o principal incentivo para sua filha entrar na faculdade. Karolina Freire de Oliveira, 23 anos, apoiada pela mãe, ingressou no curso de Direito na idade considerada ideal. Mas, no sétimo período, resolveu trancar os estudos.
Com o passar do tempo, uma separação, mudança de trabalho, Kátia resolveu dar a volta por cima e realizar seu sonho. “Eu não podia deixar a minha filha parar de vez e também não podia adiar mais o meu sonho. Fiz o vestibular, ingressei na faculdade e ela voltou também. Nós entramos juntas no meu primeiro dia de aula e vamos seguir juntas sempre, uma incentivando a outra”, conta a estudante de Administração e mãe de Karolina.
Mãe e filha estão, respectivamente, nos cursos de Administração e Direito da Doctum Guarapari, uma incentivando a outra, na educação e na vida. “A faculdade é a minha conquista e o meu recomeço de vida”, conclui Kátia.