O Espírito Santo, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), detectou em solo capixaba um aumento de transmissão da variante do novo Coronavírus (Covid-19) sugerindo se tratar da variante B.1.1.7, do Reino Unido. A informação foi confirmada pelo secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, e pelo diretor-geral do Lacen/ES, Rodrigo Rodrigues, em pronunciamento virtual realizado nesta segunda-feira (22).
De dezembro de 2020 até 18 de março deste ano, já foram identificados 1.345 casos da variante B.1.1.7.
“Temos neste momento no Espírito Santo uma alta probabilidade de que novas variantes, em especial a maior probabilidade de ser a variante inglesa, circulando e avançando a um grau de predominância no nosso Estado. Se trata da mesma doença, mas com característica de expressão com aumento da taxa de transmissão, possivelmente da mortalidade, em comparação às cepas originárias. O que deve ser um alerta à população. Devemos respeitar a violência que a doença impôs ao País neste momento”, alertou o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes.
Com o aumento da velocidade de transmissão dos novos casos da Covid-19 entre fevereiro e março, observada com a tendência da doença, foi possível inferir a circulação de uma nova variante, segundo explicou Rodrigo Rodrigues.
“Durante os estudos, observamos que no Estado apresenta três momentos de expansão da Covid-19 no último ano. Com a linha de tendência da doença, podemos inferir a velocidade de transmissão em determinado período, e a observada nos dias atuais é a maior registrada desde o início da pandemia, e entre os fatores que podem ter provocado essa expansão está a circulação e surgimento de novas variantes”, disse.
Para os resultados encontrados, o Lacen/ES vem realizando análise em todas as amostras que chegam ao laboratório por meio de uma metodologia que identifica a presença da ‘Falha na detecção do gene S’ (SGTF).
“No Lacen/ES, utilizamos a técnica de detecção de SGTF, que é relativamente barata, porque não adiciona nada a mais ao que normalmente já é executado no laboratório para diagnóstico do RT-PCR. Em março, até o dia 18, os resultados já apontam que 15,2% das amostras são referentes a esta variante”, informou.
Ainda segundo a pesquisa realizada pelo Lacen/ES, em dezembro de 2020, 10 municípios do Estado apresentavam casos da B.1.1.7, passando para 65 municípios em março deste ano.
“É uma variante que apresenta alta carga viral, e que já existe uma amostra confirmada por sequenciamento genético no Estado, oriunda de Barra de São Francisco, além de está presente nos estados que nos cercam, como Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. São evidências que tornam seguro afirmar a predominância no Espírito Santo de amostras positivas para variantes associadas a B.1.1.7, e que podem explicar o crescimento acentuado no número de casos da Covid-19 nos meses de fevereiro e março 2021 e a prevalência de casos na faixa etária de 0 a 30 anos”, disse.
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