Preso há exatos 17 dias,o Pastor George Alves, pai e padrasto dos garotos kauã e Joaquim, mortos carbonizados em 21 de abril, na casa em que moravam, na Rua Augusto Calmon, centro de Linhares, espera com ansiosidade o desfecho das investigações e o vencimento do prazo da prisão imposta pela justiça.
Levado ao presídio de Vianna em 28 de abril, a defesa já tentou conseguir Habeas Corpus para o cliente, porém o pedido foi negado. Enquanto preso, a morte dos garotos levanta dúvidas sobre o que, de fato aconteceu: incêndio com morte ou algum crime teria sido constatado?
A força tarefa composto por quatro Delegados, que comanda as investigações até agora, mostra ter convicção formada sobre o trágico episódio, mas não fala com a imprensa e isso tem explicação: existem resultados de perícias que ainda não ficaram prontos. Eles são importantes para confirmar convicções observadas até agora. Elas também passam por tudo aquilo que chamou a atenção nas investigações, entre depoimentos do pastor e os fatos constatados. Não demorou muito para haver contradições.
Em depoimentos e entrevistas, o pastor afirmou que tinha mãos e pés queimados, porque tentou salvar as crianças no quarto onde começou o fogo. Mas este vídeo mostra numa lanchonete, 20 horas depois do acontecido, pode revelar muito e até apontar contradições. Nele o pastor chega segurando os braços, como se tivesse alguma lesão e mancando com pés enfaixados. Só que, em seguida abraça um dos presentes, como se não tivesse lesão alguma.
Está nos autos, a informação do prontuário do hospital HGL, para onde o pastor foi levado a fim de ter atendimento médico. Nele, não há registros de lesão. No domingo(22), seguinte a tragédia, o pastor esteve na igreja onde se reunia no bairro Interlagos e já não tinha faixa nos pés, nem tão pouco nas mãos. Nesta entrevista, dada com exclusividade no domingo(22), o pastor falou do que aconteceu e até sugeriu uma campanha para arrecadar supostos móveis e roupas perdidos. Chegou a dizer que o fogo se espalhou por toda a casa.
Só que uma pessoa que teve acesso a residência garante que o fogo foi apenas no quarto onde estavam as crianças. Com tudo isso, a chefia da policia civil veio a Linhares para acompanhar o trabalho da força tarefa e elogiou. O Secretario Estadual de Segurança também foi enfático em dizer que o trabalho foi muito bem conduzido e, em tempo oportuno, as resposta para a sociedade seriam dadas. “ O trabalho está ótimo, conduzido de forma técnica e acreditamos num desfecho esclarecedor”, disse o também coronel Nilton Rodrigues.
O ENTERRO
Mas não houve quem não tivesse se emocionado no dia em que os corpos dos garotos chegaram a Linhares para o sepultamento. A população interessada no caso acompanhou no cemitério São José.
Próxima segunda, as investigações completam 30 dias. Até, a policia já pretende esclarecer o trabalho feito com o desafio da resposta sobre,o que realmente, aconteceu na triste madrugada de 21 de abril, no centro de Linhares.