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Wellington Vicentini é eleito presidente da Câmara de Vereadores de Linhares

Foi eleita em sessão especial realizada às 13h desta terça-feira (13/12) a nova composição da mesa diretora da Câmara Municipal de Vereadores de Linhares, para o exercício do segundo biênio da legislatura, que compreende os anos de 2023 e 2024. A partir do próximo ano a casa de leis será presidida pelo vereador Wellington Vicentini (REDE).

 

ANÁLISE

 

A nova composição da presidência representa bem mais do que uma simples troca no nome do parlamentar que se senta na principal cadeira da casa de leis. Isso porque Vicentini assume uma câmara pouco unida após 2 anos de gestão do vereador Roque Chile (PSDB), que nos bastidores da casa já vinha sendo alvo de duras críticas de seus colegas vereadores, por sua postura como presidente e por sua maneira de conduzir os trabalhos. Além disso, ainda nos bastidores, os próprios vereadores anteriormente já se articulavam para criar uma frente única para tirar a caneta das mãos de Roque. Contudo, houveram também outras movimentações que contaram inclusive com a articulação externa à câmara,  para tentar costurar uma possível “terceira via” e assim, garantir a presidência a um parlamentar alinhado ao prefeito. O que não rolou.

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Em 2020 Roque havia vencido a eleição para a presidência da câmara por 10 votos a 7. Na época ele contou com o apoio dos votos de Therezinha Vergna (Rede), Egmar o Guigui (PSC), Alysson Reis (DC), Messias Caliman (REDE), o vereador licenciado Fabrício Lopes (MDB), Gilson Gatti (MDB), os vereadores cassados Valdir Maciel (PODEMOS) e Waldeir de Freitas (PTB) e até mesmo do agora presidente Vicentini (REDE). Na eleição de hoje, votaram a favor da chapa única encabeçada pelo vereador Vicentini, os parlamentares Johnatan Maravilha (PODEMOS), Tarcísio Silva (PSB), Juninho Buguiu (PV), Dr Carlos Almeida (PDT), Roninho Passos (DC), Professor Antonio Cesar (PV), Alysson Reis (DC), Eguimar o Guigui (PSC/PODE), Urbano Dávila (PTB), Gilson Gatti (MDB), Therezinha Vergna (REDE), Messias Caliman (REDE), Edimar Vitorazzi (REPUB) e Vicentini (REDE).  Apenas Roque Chile foi contrário, justificando seu voto dizendo: “Vicentini, me dirijo a palavra diretamente a você, o meu voto é não. Não por você, mas pelas coisas que estão por trás de você, pelos interesses que estão por trás de você que eu sou contrário, por isso meu voto é não”. Amantino Paiva (MDB) e Juarez Donatelli (PV) não compareceram. 

EM DOIS ANOS MUITA COISA MUDOU

 

Roque foi eleito no palanque do ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon, assim como Vicentini. Partindo desse ponto, poderíamos então supor que Roque e Vicentini seriam dois parlamentares com pleno alinhamento ao grupo político do ex-prefeito de Linhares, Guerino Zanon, e ao herdeiro do mandato deixado por Zanon, o atual prefeito Bruno Marianelli, correto? Talvez não. As eleições de 2022 vieram, e algumas coisas mudaram. É natural que os parlamentares saiam em campanhas para si ou para outros candidatos em período eleitoral. No cenário estadual, o vereador Vicentini demonstrou claro rompimento com o palanque e o grupo do ex-prefeito Guerino Zanon. Ele saiu em campanha pedindo votos para a reeleição do governador Renato Casagrande, apoiou a candidatura do advogado Lucas Scaramussa para a Assembleia Legislativa e também caminhou ao lado de Renzo Vasconcelos na prospecção de uma cadeira federal para o Colatinense. Já Roque, além de ter sido candidato a deputado estadual, se manteve fiel ao ex-prefeito Guerino, mas ambos saíram das urnas derrotados e enfraquecidos politicamente.

 

Para o prefeito Bruno, perder um presidente do legislativo alinhado com os interesses do poder executivo, pode significar bem mais do que a perda de vantagens sobre os trâmites na casa de leis. Isso também demonstraria uma perda de força do grupo político herdado por Bruno, uma vez que o novo presidente da câmara tenha descido do seu palanque. Porém a câmara sob nova direção não aparenta significar tempos difíceis para a execução dos trabalhos e encaminhamentos feitos pela prefeitura ao legislativo, uma vez que Vicentini vem adotando uma postura conciliadora e pacífica, demonstrando interesse em focar numa gestão independente e harmoniosa entre os poderes. Além disso, é mérito dele, e do grupo de apoio formado com outros 9 colegas, que sem se deixar levar por qualquer interferência do poder executivo conseguiram êxito. 

 

E como fica o time dentro da casa de leis? A presidência sai de Roque Chile (PSDB) e passa para Vicentini (REDE), a vice-presidência sai de Terezinha Vergna (REDE) e fica com Juninho Buguiu (PV), Eguimar o Guigui (PSC/PODE) permanece como primeiro secretário e Alysson Reis (DC) passa a bola para o ex-jogador Johnatan Maravilha (PODEMOS) como segundo secretário da mesa diretora. Essa mudança não se restringe somente aos vereadores que ganharão ou perderão destaque das lentes das câmeras nas transmissões das sessões, isso porque a mesa diretora possui um leque de outros cargos vinculados a ela, e que pode gerar algumas demissões e movimento de servidores dentro do legislativo. 

 

SE ELA DANÇA, EU DANÇO

 

A câmara dança de um lado, o Bruno dança do outro. Uma situação que poderia gerar baixas e novas admissões no legislativo, seria a concretização das especulações de uma dança das cadeiras que o prefeito Bruno estaria desenhando lá na prefeitura, em seu corpo de secretariado, de acordo com as conversas que rolam nos corredores da prefeitura. É válido lembrar que os cargos de secretários municipais, mais conhecidos como alto escalão, são cargos de livre nomeação do prefeito e partem de um princípio de confiança. Todos os secretários atuais foram nomeados pelo ex-prefeito Guerino, e não Bruno. Aliás, essa dança das cadeiras poderia ser o início das jogadas de Bruno Marianelli para ampliar o time de apoio ao vislumbre de sua reeleição como prefeito em 2024. Pessoas ligadas ao prefeito falam sobre a possibilidade de Bruno tornar Roque Chile (PSDB) um secretário municipal. Caso se torne realidade, a suplente Pamela Maia garantiria um mandato de dois anos, assumindo a cadeira de Roque na câmara. Além dessas especulações nos corredores da Prefeitura,  há diversas outras conversas sobre possíveis mudanças em outras pastas, com o intuito de pavimentar uma articulação de campanha mirando as eleições de 2024.

 

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