As obras de duplicação do trecho norte da BR-101, mais uma vez, estão de fora dos planos da concessionária Eco101 para este ano e, provavelmente também não devem andar em 2023. Pelo menos é o que se apurou durante reunião da Comissão Especial de Fiscalização da Concessão da BR-101, presidida pelo deputado Gandini, realizada na quarta-feira (06/04).
A reunião foi convocada para que o diretor-presidente da concessionária, Júlio César Amorim, apresentasse informações aos parlamentares que fiscalizam o contrato de concessão, incluindo o andamento do cronograma de trabalho para 2022.
Também presente na Assembleia Legislativa, o superintende regional da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Amarílio Luiz Boni, afirmou que tem feito reuniões periodicamente com a Eco101 para monitoramento dos índices de acidentes que acontecem, principalmente nos trechos não duplicados no norte do Estado.
De acordo com a informação do diretor da Eco101, o trecho norte ainda está em processo de licenciamento ambiental. Segundo ele, a análise considera que a região tem a Lagoa Juparanã, a Floresta Nacional de Goitacazes, a Reserva de Sooretama e o Aeroporto de Linhares. Com isso, Amorim defende a não duplicação do trecho na reserva de Sooretama.
QUEM PAGA?
Segundo o diretor da Eco101, o contrato de concessão não permite reajuste da tarifa de pedágio quando não há entrega das obras previstas em cronograma. Ele esclareceu que o usuário não é onerado pelo trecho não duplicado.
“O capixaba não paga pelos trechos não duplicados. O contrato de concessão prevê dispositivos automáticos que, na medida em que não entrego a conclusão, a minha tarifa não é recomposta. Estou há cinco anos sem ter aumento de tarifas”, afirmou.
COMISSÃO
O deputado Gandini afirmou durante a reunião que a comissão “tem cumprido o papel de informar a população sobre o andamento das obras e esta reunião extraordinária foi para atualizar tais informações prestadas pela Eco101 e pelo Ibama”.
TRAGICOMÉDIA
As alegações do diretor da Eco101 se assemelham a uma tragicomédia, pois enquanto a empresa não realiza as obras de duplicação que se comprometeu em contrato, muitas batidas frontais continuam ocorrendo, resultando em vítimas fatais ou mutiladas. E esse senhor diretor acha que a população não está pagando pelos serviços não duplicados.
Engana-se, senhor diretor. Tem gente pagando com a própria vida. E ainda pagando pedágio para andar em vias mal conservadas.
Até quando?
Foto – Reprodução Internet
Fonte – Tconline/Por – Claudio Caterinque.