O motorista de transporte coletivo, de uma empresa em Linhares, Ailson Graciano Gutler, 52 anos de idade, salvo um tamanduá-mirim, na noite desta terça-feira (01/08).
Ailson contou para o Norte Notícia, que era entre 23h30 e a 00:00, quando chegou do serviço em sua casa e logo em seguida, quando já estava deitado, ouviu muitos latidos de vários cães. “Abrir uma das janelas para ver o que estava acontecendo, mas não vi nada. Os latidos continuaram e eu abri a porta da casa e vi do outro lado da rua um Tamanduá encostado no muro, e tipo com os braços abertos, corri logo pra lá e tirei os cães de perto dele, chamei a minha esposa e com uma carcaça de tanquinho conseguimos colocá-lo para dentro e levei para minha casa”. Contou o motorista.
Ele disse que na manhã desta quarta-feira (02/08), ligou para um amigo, que trabalha na mesma empresa e pediu para que ele ligasse para a secretaria do meio-ambiente e logo em seguida uma pessoa da secretária ligou para ele e no início desta tarde uma equipe do meio-ambiente esteve em sua casa e recolheu o animal e disse que iria levá-lo para o Projeto Cereias, em Aracruz.
Ailson disse que jamais iria deixar o animal ser atacado pelos cães.
Tamanduá tetradactyla (Tamanduá-mirim)
O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), ao contrário de outras espécies, ainda é um mamífero preservado na fauna brasileira. Mas pesa contra a sua manutenção uma atividade cada vez mais frequente em seu habitat: a redução das florestas em razão das queimadas, o que geralmente elimina a sua principal fonte de alimento: formigas, cupins e larvas.
Aliás, para se alimentar, normalmente ele utiliza uma técnica bastante simples: vale-se de suas fortes garras (quatro ao todo) para fazer buracos no cupinzeiro e, com a língua pegajosa, capturar os insetos, guiado sobretudo por um olfato apuradíssimo, que compensa as fracas visão e audição.
Este animal é também frequentemente ameaçado por outras ações do homem, direta ou indiretamente, como os atropelamentos em rodovias próximas ao seu ambiente natural, e ao frequente ataque de cães domésticos.
O grande problema é que, por causa de seus baixos níveis metabólicos, o tamanduá-mirim tem longos períodos de gestação e um número reduzido de crias, daí a preocupação constante com o seu bem-estar.