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“Troquei medicamentos por amor”: Cão terapeuta muda a vida de menino autista em Linhares

A rotina da dona de casa e mãe atípica, moradora do bairro Canivete, em Linhares, Norte do Espírito Santo, é marcada por amor, luta e superação. Ela é mãe de Gabriell Vinicius, um menino de 12 anos diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), que encontrou no cão terapeuta Loock mais do que um amigo: um verdadeiro anjo de quatro patas.

Desde o nascimento, Gabriell apresentou diversos problemas de saúde. Como há 12 anos o diagnóstico de TEA era pouco acessível, sua mãe enfrentou um longo caminho até receber a confirmação, aos 4 anos e meio de idade. “Aos dois anos, o CEIM fez um relatório do comportamento dele. Ele era agitado, disperso, vivia no próprio mundo. A partir dali começou nossa jornada entre exames, medicamentos e muitas madrugadas em claro”, contou.

Sem convívio social, Gabriell se isolava. Só conseguia interagir com uma única amiguinha. Sofria agressões nas ruas, não se defendia e, ao chegar em casa, se automutilava. “Ele não é agressivo, e as pessoas faziam o que queriam com ele. Eu tinha que adivinhar tudo”, desabafa a mãe.

A mudança começou quando uma médica do Hospital Infantil de Vitória, onde Gabriell faz tratamento quinzenal desde bebê, recomendou uma terapia inovadora: um cão de assistência, também chamado de “cão babá”. “Eu não conhecia esse tipo de cachorro, mas fui atrás. E então chegou o Loock”, lembra com emoção.

Loock é um cão da raça American Staffordshire, treinado especialmente para proteger e ajudar crianças com TEA. Apesar da aparência robusta, é extremamente dócil e sensível às necessidades de seu pequeno dono. “Ele protege o Gabriell de qualquer pessoa que se aproxima com má intenção. Hoje, meu filho conversa, brinca e passa horas interagindo com ele. Eles têm um laço de amor e proteção.”

O impacto foi tão positivo que parte dos medicamentos foi substituída por essa nova forma de terapia. “Alguns medicamentos já não faziam mais efeito, e a terapia é muito cara. Loock virou a nossa terapia. Ele até tem faro para drogas ilícitas”, revela.

A mãe aproveita para deixar um apelo à sociedade: “As mães atípicas não têm apoio. Vivemos julgadas, precisamos estar disponíveis 24h. Quando falta medicação, a escola liga dizendo que ele não pode ficar lá. É uma rotina insana, mas seguimos em frente com amor”.

A história de Gabriell e Loock é um exemplo de como o amor, a ciência e a empatia podem transformar vidas. E também um lembrete de que mães atípicas merecem respeito, suporte e visibilidade.

Fotos – Arquivo pessoal cedida ao Norte Notícia.

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