É daquelas histórias que nos deixa com saudades da alegria contagiante de uma guerreira. Rosineide Espavier dos Reis, 45 anos, conhecida como “Pretinha”, filha de Maria de Fátima Espavier e Edeir Pompeu Espavier , irmã de Werison Cícero Espavier, Rosiene Espavier Barreto, Werlanio Espavier e Rosiele Espavier dos Santos.
Ela veio de uma família humilde da localidade de Bebedouro, cuja vida lhe impôs dificuldades, porém, com lutas e vitórias.
Essa moradora espontânea em suas ações casou-se aos 17 anos com Jairo Nunes dos Reis e dessa união nasce os filhos, Gustavo, Mateus e Beatriz e a família cresce com a chegada da neta Valentina.
Diante desse grande desafio de cuidar de casa, com seus filhos e marido, ela encarou outra grande missão, talvez, eu possa pontuar outro desafio de peso: fazer uma faculdade na área que suas convicções mais lhe traziam ao pensamento: Assistência Social. Estava dada a missão de cuidar de pessoas e, assim ela fez.
Como toda grande história de lutadores da humanidade não faltou desafios com ela própria. Sua saúde pedia maiores cuidados com o desenvolvimento da diabetes e hipertensão. Pretinha passou a fazer uso de medicamentos, o que lhe garantiu força e tempo, suficientes para cuidar de pessoas.
Foram anos assim, até que veio a pandemia da Covid-19. Muita luta desde 2020 para lidar com o momento mais difícil, até para grandes heróis. Mas sua história seria mudada exatamente na virada de 2021 para 2022, ano corrente.
Nos primeiros dias do mês de janeiro Rosineide ficou gripada e veio à necessidade de ir ao médico, no dia 14 ela foi ao Hospital Geral de Linhares (HGL), e ficou internada, mas estava bem, foi feito o teste para a Covid-19 e deu negativo. No sábado seu filho Mateus foi ao hospital para saber como estava a saúde da mãe e em conversa com o médico a informação era de que ela estava bem e entre os dois pacientes que estavam com ela no quarto, Rosineide era a melhor.
Nem parecia que seriamos surpreendidos por uma decisão maior, que se sobrepunha a nossa “Pretinha”. Diante das informações médicas, a família ficou mais tranquila com a informação de que ela estava ficando bem.
Mas veio a noite do sábado (15/01), e por volta das 23h 30, o telefone toca e o pedido era para que o esposo fosse até a unidade de saúde, pois a saúde da esposa havia se agravado. Era uma decisão celestial que seria tomada na vida da guerreira e seria comunicada a família. A atmosfera que tomava conta da situação só poderia ser tocada por Deus, e mais ninguém.
Acompanhado do filho, o marido Jairo foi até ao hospital e a notícia que ninguém gostaria de ter foi dada: Rosineide foi requisitada aos Céus pelo dono da vida dela. O silêncio da dor e o choro altivo tomou conta de todos.
Coube ao médico que cuidada da nossa “Pretinha”, contar o ocorrido. Todos esperavam outro veredicto. O médico, atônito, informou que na tarde do sábado o estado de saúde da paciente se agravou e havia a necessidade de intubação, ela foi comunicação do procedimento que seria feito e autorizou, foi levada para a UTI e durante o procedimento de intubação a mulher guerreira teve uma parada cardíaca e não resistiu.
O Esposo Jairo viu uma fatalidade diante de um tratamento de primeira linha no hospital HGL. Mas, a forma sobrenatural de pensar nesse veredicto é que ela voou para os braços do pai, como se tivesse sido promovida por Deus para descansar num lugar de Paz, sem sofrimento ou pandemias.
Coube a quem ficou velar no Templo da Igreja Batista em Bebedouro, o corpo de “Pretinha” e sepultar seu corpo no Cemitério São Sebastião, em Bebedouro.
O final existe e ele chega. A vida aqui é uma trajetória e Rosineide cumpriu sua missão. O que fica é o desafio de ser como ela: alegre, disposta, guerreira, que ama o próximo, vencedora que foi capaz de transformar a vida de pessoas, um legado para sempre nos nossos corações.
Esta é uma homenagem de familiares e amigos.