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Projeto Mulheres Superando o Medo terá primeira turma de alunas surdas

A sétima turma do Projeto Mulheres Superando o Medo começa neste sábado (24), com a participação de cerca de 20 mulheres surdas. Todos os cinco encontros que fazem parte do cronograma de ações serão traduzidos em Libras para garantir a interatividade com a turma.

O Projeto, que busca promover o atendimento psicossocial e a autonomia financeira de mulheres vítimas de violência, é desenvolvido por meio de uma parceria entre a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comvides) do Tribunal de Justiça (TJES), o Instituto de Inovação Win e o Rotary Club.

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Segundo a juíza coordenadora da Comvides, Hermínia Maria Azoury, os resultados têm sido muito positivos. “Além de aparecerem diversos casos de mulheres que nem mesmo tinham consciência da violência que vinham sofrendo, porque não apanhavam, temos visto a formação de uma rede maravilhosa de apoio mútuo. Elas chegam enfraquecidas, humilhadas, desencorajadas e se fortalecem, descobrem o valor que têm, são orientadas a criar seu próprio negócio. Os resultados têm nos mostrado que estamos no caminho certo. Esperamos atender muito mais mulheres em 2021”.

O atendimento às mulheres é dividido em cinco aulas. O primeiro passo é identificar o perfil de cada uma, as necessidades psicossociais e apresentar a elas todos os mecanismos de defesa e proteção disponíveis gratuitamente. Em seguida, elas são encaminhadas aos parceiros de saúde física e mental – o Centro de Atendimento à Vida (CAV) e para o Centro de Referência Especializado em Atendimento à Mulher Vítima de Violência em Vila Velha (Cramvive). Ao final do curso, as mulheres recebem o acesso a um aplicativo que permite o controle de finanças de forma prática, além de enviar mensagens motivadoras e disponibilizar o botão do disque 180, caso precisem fazer alguma denúncia.

De acordo com a economista Isabel Berlinck, idealizadora do projeto, uma das ações do projeto está voltada para a independência financeira. “Primeiro ensinamos a essas mulheres como manter uma relação saudável com o dinheiro, que garanta o equilíbrio necessário para pagar as contas, fazer investimentos e realizar sonhos. Elas ficam maravilhadas quando descobrem que a economia de um lanche semanal pode levá-las para a Europa ao final de dois anos, ou quando colocam na lista a aquisição de determinado item e após alguns meses, realizam a compra com recursos próprios. Os relatos impressionam”, destaca.

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