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Policiais Militares de folga salvam vida de bebê com 16 dias de nascido

Um bebê de apenas 16 dias, que estava desfalecido nos braços de uma mãe desesperada, após engasgar-se com o leite materno, foi salvo da morte na madrugada desta segunda-feira (27/05) em Linhares graças a intervenções de dois policiais Militares.

De acordo com Zilma, vizinha da mãe do bebê, era por volta da meia noite quando Nádia Silva dos Santos, 25 anos, dona de casa, chegou a seu bar, que fica no Sitio Santa Rosa, na região de São Rafael, interior de Linhares, pedindo ajuda com o filho nos braços. Ela então, disse que seria melhor levar a criança para o hospital. O pai, junto com a mãe e o bebê pegaram o carro da família e foram juntamente com a vizinha e um filho dela para o hospital, porém o carro não tinha combustível suficiente para chegar ao hospital. Ao trafegarem na rodovia ES 245, que liga Linhares a Colatina, eles avistaram um carro e resolveram pedir ajuda. Eram dois policiais, que estavam de folga, e retornavam da residência de um amigo, que fica na região da Fazenda Três Marias, os militares pararam e questionaram o que estaria acontecendo. Os ocupantes do carro explicaram o ocorrido e a dupla deu carona para a mãe da criança e a vizinha.

O sargento Alcenir José de Oliveira estava dirigindo o automóvel e durante o trajeto o soldado Charleston Nogueira percebeu que a mãe da criança estava muito desesperada. Então, ele pediu a mãe que lhe desse a criança, foi quando o Militar viu que o estado da criança era bastante grave. Com isso, começou a usar a técnica de primeiros socorros, com muito cuidado, pois se tratava de um recém nascido. O soldado disse para nossa reportagem que ele só pensou em salvar a vida da criança e pediu a Deus que não deixasse morrer em seus braços.

Charleston começou a massagear Ytalo com os dois dedos e soprar para que ele retornasse, pois a criança estava praticamente desfalecida. Após repetir a técnica por algumas vezes o bebê deu sinais de que estava se recuperando, foi quando já estava chegando ao Centro de Linhares e foram direto para o Hospital Rio Doce e a criança recebeu cuidados médicos e depois foi transferido para o Hospital Geral de Linhares, onde teve alta por volta do meio-dia de hoje.

O soldado foi bastante técnico e usou seus conhecimentos para salvar a vida de Ytalo, pois se tratava de uma criança de apenas 16 dias de vida e nesses casos normalmente necessitam de equipamentos adequados para socorrer um recém nascido, como está no final desta matéria, retirado programa “ Bem Estar” da TV Globo.

Nádia Silva, mãe de Ytalo, disse que Deus usou os dois anjos (Soldado Charleston e Sargento Alcenir), para salvar a vida de seu filho. “Sem eles seria impossível esta com meu filho nos meus braços hoje. Deus usa pessoas para salvar vidas e eles foram usados por Deus” finalizou Nádia, bastante emocionada.

Bebês sufocados não devem receber respiração boca a boca, diz pediatra

A respiração boca a boca não é recomendada para socorrer bebês asfixiados, tanto os que engasgaram como os que têm problemas respiratórios. A técnica pode piorar o quadro de engasgamento, segundo explica Dra. Ana Escobar, pediatra e professora do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

“Nem pensar com criança engasgada o boca a boca, porque você sopra e pode estar soprando (o objeto) para uma parte mais funda do pulmão e mais difícil de sair”, afirma. “A respiração boca a boca tem caído por terra”. Em relação a crianças com parada respiratória, ela explica que o mais recomendável é fazer uma massagem cardíaca. “Criança com parada respiratória na seqüência vai ter para cardíaca”, diz.

Nos Estados Unidos, uma mulher socorreu o sobrinho, um bebê de cinco meses, que estava sem respirar no carro. Segundo ela, o bebê nasceu com problemas respiratórios. A mulher fez respiração boca a boca e, em seguida, um policial fez massagem cardíaca na criança. O bebê voltou a respirar após o procedimento.

A pediatra Dra. Ana Escobar explica que a causa de asfixia em bebês recém nascidos geralmente é engasgue com leite quando o bebê regurgita ou até quando é amamentado. Já para bebês de seis meses a um ano, o risco maior é de sufocamento por ingerir pequenos materiais. “É a época de introdução da alimentação e eles podem engasgar com pedaço maior de alguma coisa, por exemplo, um pão que a mãe dá na mão dele”, conta. Um pouco mais velhos, por volta dos nove meses, o risco é colocar na boca objetos como pequenos brinquedos.

Pais de bebês que nasceram com dificuldade de respiração devem tomar cuidado ainda maior. Segundo Dra. Ana Escobar, é importante cuidar da posição que essas crianças são colocadas nas cadeirinhas de segurança de carros e na hora de dormir.

“Tem que prestar atenção na posição da cabeça, se ela está torta, ou caso o bebê esteja deitado, se ela está muito virada”, alerta. “Sempre se deve evitar deixar o bebê de bruços e tem que ter muito cuidado na hora de comer, porque ele tem que coordenar a respiração com deglutição e aí o engasgo é mais fácil de acontecer.”

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Como socorrer
Os pais da criança que se asfixia podem fazer procedimento para atender à criança. A primeira coisa é ver se o bebê está respirando ou não, explica a pediatra. “Se ele está respirando, mas engasgado, a melhor coisa é não mexer e levar para o hospital. Porque qualquer mexida piora o quadro. Mas se ele não está respirando e está roxo, então chama o Samu e os bombeiros porque ele precisa de ajuda especializada e quanto antes, melhor”, afirma.

Há duas regras para o que não se deve fazer ao ajudar a criança sufocada. Primeiro, não se deve colocar o dedo na boca dela. Segundo, não se deve levantar a criança para o alto, a chacoalhar, nem soprar seu rosto.

O cabo Geferson Correa, socorrista do Corpo de Bombeiros do Paraná, explica o que os pais podem fazer. Se o bebê se engasgou com comida ou algum objeto pequeno, a pessoa que o socorrer deve sentar em uma cadeira e apoiar o bebê de bruços em seu braço, que por sua vez deve estar apoiado em suas pernas.
“Com o polegar e o indicador devem segurar o pescoço do bebê e com a outra mão, entre as duas escápulas, bate quatro vezes. Não pode ser um ‘socão’, tem que ser moderado conforme o tamanho da criança”. Este procedimento deve ser feito, no máximo, três vezes, segundo ele. “Nesse meio tempo alguém tá pedindo socorro”, afirma.
Caso o bebê tenha engasgado com leite, o procedimento deve ser o mesmo, mas sem a parte dos socos. “A gravidade vai deixar o leite sair”, explica o cabo Geferson.
E se não houver sucesso, ele recomenda que se parta para a massagem cardíaca. “Entre os mamilos coloco dois dedos, o indicador e o dedo do meio, e vou pressionar o osso externo na coluna vertebral para fazer massagem cardíaca”, diz. “Tem que sempre deixar (o bebê) numa parte plana, não pode ser no colchão ou sofá. O ideal no chão.”
A massagem cardíaca também deve ser feita quando o bebê parou de respirar. “Para as pessoas que têm prática, percebemos pela cor da pele do bebê. Para a pessoa leiga tem que se aproximar e ver se ele está respirando. E na dúvida, já partir para massagem cardíaca”, explica. Segundo ele, os pais podem fazer a massagem, mas nunca devem se esquecer de pedir ajuda dos bombeiros.
Bebês que se asfixiam por dificuldades respiratórias são atendidos com equipamento específico. O cabo também aconselha partir direto para a massagem cardíaca e pular o boca a boca.

 

 

 

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