Depois de um ano de pandemia, a população encontra no mercado uma grande variedade de modelos de máscaras. Entretanto, é preciso ficar muito atento ao escolher o acessório. Máscaras transparentes feitas em polipropileno, por exemplo, têm ganhado cada vez mais popularidade, mas não oferecem nenhuma proteção contra a Covid-19. “A máscara é um acessório que deve cobrir o nariz e a boca. E tem que cobrir sem escape, é necessário que esteja encostada no rosto sem nenhum vão para entrada de vírus”, explica a infectologista Rubia Miossi.
Preferência entre aqueles que buscam menos impacto estético e tentam encontrar uma saída para respirar com mais liberdade, as máscaras transparentes, também conhecidas no mercado com M85, não vedam corretamente o rosto de quem as utiliza, oferecendo riscos de contágio.
“Essa máscara não protege contra nada. A máscara de policarbonato funciona apenas encostada por cima do nariz, não veda o rosto e é completamente inútil”, alerta a especialista. Rúbia reforça que existem outros modelos que trazem uma costura na frente, o que também compromete a proteção por permitir a passagem do coronavírus.
A ineficácia dos modelos transparentes pode ser comparada a do face shield – escudo de plástico transparente para o rosto – quando usado sem máscaras por baixo. Os respingos conseguem escapar pelas laterais e por baixo, tornando o usuário propagador e também alvo fácil para o vírus.
As melhores
Há escolhas mais adequadas para cada situação. “Para ambientes não aglomerados, sem muitas pessoas, as máscaras de tecido servem. Se o local possui alguma aglomeração, o ideal é usar alguma máscara com três camadas”, ensina a infectologista. Uma boa opção é adotar as máscaras cirúrgicas triplas, que ficam bem ajustadas no rosto, mas permitem uma boa respirabilidade no dia a dia. O acessório, que se tornou escasso no mercado no início da pandemia, já pode ser encontrado sem dificuldades atualmente.
“O melhor das máscaras cirúrgicas é que você usa e depois descarta. Não se pode ficar o dia inteiro com ela. No início não havia quantidade suficiente para as pessoas usarem, mas hoje existe esse insumo”, garante. Enquanto isso, o modelo N95 é indicado apenas para o uso dentro dos hospitais. “No hospital usamos [a N95] há muitos anos. É uma máscara cansativa de usar, mas essa é uma peça filtrante imprescindível para a proteção dos profissionais da saúde quando em contato com pacientes com Covid. Fora do hospital, não indicamos o uso”.
É importante escolher a máscara certa, mas também deve-se lembrar de manter o distanciamento de um metro e meio. “Esse é o espaço mínimo para que uma pessoa consiga falar sem o perigo de expelir gotículas em outra. Ainda mais importante é não frequentar ambientes com aglomerações”.
“Estamos vendo o aumento do número de casos, o Governo do Estado tomando medidas para que a saúde não entre em colapso. Porém, se a população relaxar nos cuidados vai ver cada vez mais pessoas doentes. Muita gente não está prestando atenção na seriedade deste momento. Vamos redobrar os cuidados com o distanciamento”, alerta Rubia.