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Mais de 60 mil reais apreendidos pela PF em notas falsas 

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O Espírito Santo tem se tornado um local de rota para dinheiro falso. Só no ano de 2022, a Polícia Federal apreendeu R$ 65 mil em notas falsificadas e esse crime tem levado muitos jovens para a prisão.

Marcas d’água, quebra-cabeça contra a luz, textura, são detalhes que muitos comerciantes já observam ao receber notas altas. Porém, mesmo com todo o esforço, ainda é possível encontrar muito dinheiro falso e, para isso, uma série de investigações são montadas.

“Existem várias investigações em andamento da Polícia Federal, tanto do Espírito Santo, quanto em outros estados, com o intuito de identificar e evitar ao máximo que essas cédulas entrem no mercado”, afirmou o delegado da Polícia Federal, Lorenzo Espósito.

Os compradores da moeda falsa têm um perfil bem delineado. De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, Eugênio Ricas, o número de jovens envolvidos com esse tipo de crime têm crescido.

“A gente tem percebido um fenômeno que chama muita a atenção, que nos últimos tempos a gente prendeu muitas pessoas jovens, de 18 a 20 anos, homens e mulheres que, acreditando que vão conseguir um dinheiro fácil, acabam praticando esse crime.”

Muitos dos 34 presos no Espírito Santo no ano passado, usando dinheiro falso, são jovens de classe média de apenas 18 anos, que usavam do crime para estratégia de sair com garotas e gastar em baladas.

“Eles pagam 25 a 30% do valor que vão receber em dinheiro falso, então eles acham que vão poder consumir, gastar em baladas, roupas, tênis e que vão sair impunes”, disse Espósito.

O preço mais baixo pago pela moeda falsa no mercado negro vira alto depois do flagrante. O crime é grave e se condenada, a pessoa pode pegar até 12 anos de cadeia em regime fechado.

 

Fabricação do dinheiro falso

O dinheiro falso é produzido em fábricas clandestinas espalhadas pelo Brasil. Cada criminoso usa de uma técnica para falsificar as notas, seja lavando elas quimicamente e imprimindo novos valores por cima ou começando o processo do zero com um novo papel.

“Foram identificadas 20 fábricas ao redor do Brasil, nenhuma delas no Espírito Santo. São imóveis pequenos que com computador e impressora, a tecnologia avançou muito, então permitiu que esses indivíduos se aproximem muito na qualidade da impressão”, apontou o delegado.

Por mais que as notas falsificadas sejam idênticas às originais, não é possível que criminosos tenham 100% de exatidão nesse tipo de produção porque, segundo a polícia, os vestígios da falsificação sempre estarão ali.

“O que eles não conseguem reproduzir é o material de impressão, que é um papel que não tem acesso porque a principal diferença vai ser na textura.”

 

Rota do dinheiro falso

Com a moeda produzida, é a vez dela chegar aos compradores. Essas pessoas conseguem encomendar, por meio de grupos na internet, e costumam receber o material pelos Correios.

“A gente observa as investigações nos trazem que os indivíduos adquirem dos fabricantes, ou de intermediários, essas cédulas através de grupos de conversa. Existem grupos criados unicamente para esse cometimento de ilícito, onde há um comércio constante com envio de fotos e depois que fecham negócio neles vão receber boa parte das vezes pelos Correios”, contou Lorenzo.

Atualmente, a Polícia Federal tem frentes de trabalho para o combate à falsificação e à comercialização de dinheiro falso. Tudo que é apreendido e as pessoas flagradas, são encaminhadas para a sede da PF.

Foto: Reprodução/TV Vitória

Quando essas cédulas chegam na Polícia Federal, são avaliadas uma a uma em um laboratório monitorado por peritos especializados.

“Quando ela chega na perícia, a gente faz os procedimentos para verificar a cadeia de custódia e logo em seguida iniciam os exames que são, basicamente, verificar os elementos de segurança dá cédula, aqueles que são visíveis a olho nu e aqueles que dependem de equipamentos mais sofisticados”, disse José Guimarães Carvalho, perito federal criminal.

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Com tecnologia de ponta, os policiais consegue verificar até por meio da luz ultravioleta, as evidências da falsificação.

José Guimarães afirma que o truque mais clássico é a marca d’água, mas ele alerta que hoje existem muitas imitações dessa marca.

“A marca d’água não deve aparecer ao olho nu sem estar contra luz, isso é um indício de falsificação.”

 

Fonte: Folha Vitória
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