O Espírito Santo encerrou o ano de 2024 com 59 trabalhadores resgatados de condições análogas à escravidão, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira (28/11). Apesar de representar uma redução de 23,37% em relação ao ano anterior, quando 77 trabalhadores foram resgatados, o Estado ainda figura como o sétimo do Brasil com maior número de pessoas retiradas dessa situação.
A maior parte dos casos ocorreu na região Norte do Estado, onde se concentram denúncias e operações de resgate. Municípios como Rio Bananal, Pancas e São Domingos do Norte foram palco de ações de fiscalização que identificaram trabalhadores submetidos a condições degradantes, principalmente em atividades ligadas à cafeicultura.
De acordo com o superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego no Espírito Santo, Alcimar Candeias da Silva, o cultivo de café é a principal atividade relacionada às denúncias e resgates no Estado.
Entre os casos mais graves de 2024, destacam-se:
Região entre Pancas e São Domingos do Norte: 35 trabalhadores foram resgatados;
Rio Bananal: 11 trabalhadores foram encontrados em condições inadequadas de habitação e higiene;
Brejetuba: outros 11 trabalhadores, vindos de Alagoas, foram resgatados;
Boa Esperança: um idoso, em situação vulnerável, foi encontrado trabalhando como caseiro em uma fazenda de café.
Em Rio Bananal, os trabalhadores foram encontrados em alojamentos precários, com banheiros, quartos e cozinha em más condições de higiene. A água disponível para consumo vinha de um poço sem proteção contra contaminação, o que representava um risco à saúde. O empregador foi autuado e recebeu uma multa de R$ 81 mil.
O Espírito Santo já soma 990 trabalhadores resgatados desde o início da série histórica, segundo o Painel de Informações e Estatísticas da Inspeção do Trabalho no Brasil. Municípios como Linhares, Conceição da Barra, Brejetuba e Rio Bananal lideram o ranking de cidades com mais autos de infração relacionados ao trabalho escravo no Estado.
Em 2025, o Brasil completa 30 anos do reconhecimento oficial da existência de trabalho análogo à escravidão. Desde então, 65,5 mil trabalhadores foram resgatados em 8,4 mil operações em todo o País.
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