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Fevereiro Laranja mobiliza pela conscientização sobre a leucemia

Dentre os diversos tipos de leucemia, esse tipo de câncer do sangue e da medula óssea, as agudas são mais agressivas e responsáveis por uma taxa de óbito muito alta no Brasil. “Este mês de fevereiro vem exatamente conscientizar sobre o diagnóstico precoce da doença, principalmente porque os pacientes, muitas vezes, chegam tarde para serem salvos”, alerta o hematologista da Unimed Vitória Douglas Covre Stocco.

A leucemia é um câncer que causa o crescimento acelerado e anormal nas células do sangue, responsáveis pela defesa do organismo, os leucócitos. O especialista explica que as leucemias ainda têm causa desconhecida e as agudas são as mais graves. “Não há como prevenir a leucemia, por isso nosso foco é conscientizar a população para o diagnóstico precoce. Quando o diagnóstico é realizado precocemente existe menor chance de complicações da doença e, em alguns casos, melhor resposta ao tratamento, além de risco de recaída mais baixo”.

Sintomas podem servir de alerta para que um médico seja procurado. Hematomas pelo corpo, sangramentos espontâneos, febre sem causa aparente, cansaço e fadiga são alguns desses sintomas. “Além disso, se o paciente realizou um hemograma e esse exame veio com anemia, plaquetas baixas, leucócitos com contagem muito baixa ou muito alta, ele deve procurar imediatamente um hematologista”, orienta Stocco.

Vale dizer que existem mais de 12 tipos de leucemia, sendo que os quatro primários são leucemia mieloide aguda (LMA), leucemia mieloide crônica (LMC), leucemia linfocítica aguda (LLA) e leucemia linfocítica crônica (CLL). O médico detalha que a LLA atinge mais comumente das crianças e adolescentes. No adulto ela é considerada relativamente incomum, mas não chega a ser rara. Já a LMA acomete mais pessoas de 60 a 65 anos. “Lembrando, no entanto, que todas as faixas etárias correm riscos, o que inclui até casos em recém-nascidos”.

Tratamentos e transplante

Atualmente os tratamentos se baseiam fundamentalmente em quimioterapia de alta intensidade. “Felizmente, estão surgindo cada vez mais novas terapias imunológicas e terapias-alvo que têm melhorado o tratamento tanto na tolerância do paciente quanto nas respostas da doença ao tratamento. O exemplo mais bem sucedido é a leucemia promielocítica aguda (LPA), em que o ácido trans-retinóico (Atra) consegue reverter a mutação genética causadora da doença, e, assim, tem melhorado os resultados significativamente. Essa é uma leucemia em que há um grande risco de sangramento e a introdução precoce do Atra consegue limitar esses riscos, além de induzir a remissão da doença”

Mas e o transplante de medula óssea, é capaz de salvar o paciente? Sim, mas é preciso entender como é aplicado. “O paciente passa por uma primeira parte do tratamento, que é a indução da remissão. Depois vêm as etapas de consolidação, que têm como objetivo manter aquela resposta com a quimioterapia. O transplante tem o seu papel nas leucemias de alto risco. Em teoria, toda leucemia aguda de alto risco deveria transplantar, mas nem todos conseguem fazer o procedimento devido a questões de idade e limitação de doador”.

O transplante de medula é como uma substituição do sistema imunológico do paciente que falhou em combater a leucemia, pelo sistema imunológico de uma pessoa sadia. E esse sistema imunológico será responsável por combater a leucemia também. Todo hemocentro possui um cadastro de doador de medula óssea. Toda pessoa que vai doar sangue pode se cadastrar para doar medula óssea.

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“Os interessados doam um tubinho de sangue e nesse tubinho são feitos alguns exames para avaliar a medula. O doador é cadastrado numa central nacional de doadores de medula óssea. Toda vez que um paciente precisa de transplante, os dados da medula do paciente são cruzados com os dos doadores, e se tiver a chance de ser compatível os exames são ampliados para avaliar se essa compatibilidade acontece realmente”, ressalta o hematologista.

Uma vez comprovada a compatibilidade entre doador e receptor, o doador é convocado e pode optar por doar ou não. E pode ser feita principalmente de duas maneiras atualmente: em sangue periférico ou direto da medula. “O doador está protegido. É a pessoa mais importante do processo todo”.

 

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