No extremo sul do planeta, cercado por um mar de azul profundo e blocos de gelo, o capixaba Marcos Vinícius Tito, conhecido como Tito, viveu uma das experiências mais marcantes de sua vida. Natural de Povoação, mas morador de Regência, em Linhares, ele trocou as ondas do litoral capixaba pelo frio intenso da Antártida para participar de uma expedição científica que levou realidade virtual à Estação Antártica Comandante Ferraz.
“Foi minha primeira viagem internacional e já fui direto para o extremo do mundo”, contou Tito, ainda com a voz carregada de diversão. O convite surgiu de forma inesperada, através do amigo e parceiro profissional, Daniel Venturini. Juntos, aceitaram o desafio de registrar em 360 graus a rotina na estação, a fauna local — baleias, focas e pinguins — e a convivência de militares e pesquisadores.
O projeto, realizado em parceria com a Marinha do Brasil e a Força Aérea Brasileira, permitirá que escolas, museus e projetos socioambientais no Brasil levem o público a uma imersão virtual no continente gelado.
A aventura exigiu meses de preparação, com exames médicos e treinamentos específicos para suportar o frio extremo e as condições adversas. No dia 21 de janeiro, Tito partiu de Regência em direção à Antártida. A jornada incluiu passagens pelo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Chile, até a temida travessia da Passagem de Drake, realizada em navio polar da Marinha. Apesar da fama de perigosa, a travessia foi tranquila e marcada pela recepção de baleias, golfinhos e pinguins.
Foram dez dias intensos na Ilha Rei George, ao lado de cientistas de várias partes do mundo. Tito acompanhou pesquisas sobre os impactos do degelo na vida marinha e destacou o trabalho de equipes que estudam a salinidade da água e seu efeito nos peixes. “É um trabalho de paciência e precisão, que mostra como tudo está interligado”, afirmou.
A experiência também trouxe lições de convivência. “Na estação, todo mundo é igual. Pesquisador, militar, cozinheiro… cada um tem um papel essencial e todos dependem uns dos outros. Isso cria um senso de comunidade muito forte”, lembrou.
De volta a Regência, Tito carrega não apenas registros em vídeo, mas histórias que já inspiram crianças e jovens com quem convive em projetos socioambientais. “Alguns me chamam de ‘pinguim’. Outros dizem que querem ser como eu quando crescer. Isso me emociona, porque vejo que minha história pode plantar sementes”, disse.
Com as imagens, será possível viver uma experiência virtual única: passear pelos corredores da estação, conhecer o refeitório, os auditórios e até a rotina dos militares que mantêm a base funcionando durante todo o ano.
Para Tito, a Antártida deixou mais que lembranças congeladas. “Hoje eu vejo com clareza que meu papel é contar histórias da natureza usando o audiovisual para inspirar e conscientizar”, finalizou.
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