Pouco depois das 10 horas desta quarta-feira (19/04), reiniciou a sessão de julgamento de Georgeval Alves, acusado de estuprar, torturar e matar o filho e o enteado, Joaquim e Kauã.
O promotor Claudeval França Quintiliano iniciou os trabalhos com a seguinte declaração: “Um covarde que não é homem para assumir os seus atos, ao mudar a sua versão dizendo que estava com medo de perder a vida. O Estado muitas vezes é criticado, no entanto, os profissionais que querem apontá-lo como vítima me causam vergonha. Eles duvidam da capacidade e da inteligência dos senhores, é um completo deboche.” completou.
Em seguida, o promotor sustenta a sua tese alegando a falta de veracidade dos fatos. “A versão apontada por Georgeval não tem fundamento, a primeira declaração seria de que o réu teria tentando salvar as crianças porém, após os laudos atestados e a participação dos profissionais no caso, ele troca a versão, dizendo ter sido apenas covarde em ter fugido. Mentiroso!” foram as palavras ditas por Claudeval França Quintiliano.
A seguir, ele fala sobre o local da tragédia e mostra os laudos. “Por meio do laudo de lesões corporais emitido pelo DML é possível identificar as lesões sofridas pelo réu. Uma bolha de dois centímetros no pé e nada mais, não há como sustentar a primeira versão dada pelo Georgeval” declarou o promotor.
Para Claudeval França Quintiliano tudo não passa de encenação. “Quando houve o incêndio, foi solicitada a preservação imediata do local pela equipe da perícia. Em contrapartida, a chave da casa foi entregue para o pastor Eufrásio, que é da igreja do réu, além de fazer parte do convívio e da confiança do acusado. Essa alternância nas versões é uma completa encenação.” finalizou.
Posteriormente, o promotor apresentou fotos dos corpos carbonizados das vítimas, os meninos Kauã e Joaquim. “Observem que a perícia apontou que a temperatura do quarto chegou a 600° graus. Como é possível a babá eletrônica não ter emitido um aviso, antes que a tragédia fosse consolidada?” indagou.
Ainda de acordo com o promotor, há também o testemunho dado por uma vizinha da família, que relatou ter ouvido gritos e muito choro por parte das crianças, horas antes do ocorrido. Além disso, ela destaca que a babá eletrônica foi encontrada no local ainda funcionando. Após a realização da perícia, foi constatado que o aparelho teria sido configurado para emitir um aviso sonoro caso a temperatura no quarto dos meninos chegasse a 30° graus.
“Não houve tentativa de fuga por parte das crianças, mas sim por parte do Georgeval, que tentou fugir para a rua, pois estava preocupado com a sua asma. Um covarde.” declarou. “É um detalhe importante a ser observado, visto que ele fugiu sob alegação de asma, enquanto as crianças estavam presas em meio ao incêndio”, disse o promotor.
No momento desta postagem, o Ministério Público de acusação está fazendo uso da palavra. Durante sua explanação, o promotor, utilizando as informações dos laudos, disse que os dois irmãos de 3 e 6 anos, foram queimados vivos.