A alta nos preços do óleo de soja e do arroz está fazendo com que muitos supermercados limitem a compra desses produtos pelos clientes. Em um estabelecimento de Vitória, por exemplo, cada consumidor pode levar, no máximo, 10 litros de óleo.
Os dois itens foram os que mais chamaram a atenção entre os alimentos que registraram preço recorde no ano. Assim, quem não pode abrir mão dos produtos sente no bolso a diferença.
“Tenho visto que o óleo está com o preço bem alto nos supermercados, está fora do padrão. Comprava entre R$ 3,69 e R$ 3,99. Agora está R$ 8,90”, lembrou a promotora de eventos Gislaine Estevo.
De acordo com economistas, dois fatores explicam a alta dos alimentos: o dólar alto, que incentiva os produtores a aumentarem as exportações, reduzindo, assim, a oferta de produtos no mercado interno; e o auxílio emergencial, que estimulou o aumento do consumo e foi direcionado, em grande parte, para a população mais pobre do país, que tem uma cesta de compras formada, em sua maioria, por produtos básicos.
Para o supermercados, controlar a saída dos produtos é a solução para que não haja uma escassez total nas prateleiras.
“As indústrias não estão tendo óleo para entregar. Estamos limitando para conseguir atender o maior número de clientes possível. Fazemos os pedidos e não sabemos quando vai vir. Estamos dependendo da liberação da indústria, que aumenta o preço por falta de produto. A exportação da soja está muito grande esse ano, por isso sobrou pouca soja para o mercado interno”, explicou o gerente de um supermercado de Vitória, João Puppin.
O superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider, aprova a tática adotada, mas disse que a possibilidade do desabastecimento ainda não aparece como uma ameaça para o consumidor.
“Tem supermercados que estão limitando de acordo com o que recebem e de acordo com a estocagem deles, porque, se eles simplesmente deixarem à vontade, pode faltar esse produto para outro consumidor. O problema do arroz já melhorou bastante. Agora, temos esse problema do óleo, mas não é para o consumidor ficar preocupado de que vai faltar”, tranquilizou.
Fonte – G1.