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Alimentação natural é caminho para dieta nutritiva e crianças menos obesas no futuro

O jeito de alimentar adotado no tempo das vovós vem dando lugar aos novos hábitos de alimentação.

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Com mais orientação e o receio de ver os filhos enfrentando a obesidade no futuro, mães têm deixado o velho pensamento de que comer bem é comer muito ficar no passado. “Os avós e bisavós vieram de uma escassez alimentar muito grande. Naquela época o excesso

de peso era sinal de que a pessoa era mais abastada. Hoje não devemos forçar mais uma colherada. No primeiro sinal de satisfação a alimentação deve ser prontamente retirada”, orienta o pediatra da Unimed Vitória, Valentim Sipolatti.

A alimentação de crianças até os dois anos de idade é fonte constante de dúvidas para muitas mães.

Afinal, palpiteiros surgem de toda parte querendo dar dicas de como as mães devem alimentar seus filhos. A tarefa de escolher esse menu  sabiamente pode parecer difícil, entretanto, para o experiente pediatra, é mais fácil do que se imagina. “É muito simples, quanto mais natural à alimentação melhor. Prefira os alimentos do jeito que eles vêm da natureza, sem açúcares, conservantes e outros produtos químicos que são adicionados aos alimentos”.

O primeiro ponto é o valor do leite materno, o melhor alimento que uma criança pode ter, e que deve ser exclusivo até o sexto mês. “Depois dos seis meses de vida o bebê começa a ter contato com alimentos sólidos. O leite materno pode continuar a ser utilizado até os três anos de idade. A partir do sexto mês começa a introdução de novos alimentos. Nessa  fase esteja atento para ter uma alimentação que comece sem muitas deficiências. Inicie a alimentação deixando a criança à vontade, assim ela começa a ingerir o que é colocado à disposição”, detalha o pediatra.

Deve-se iniciar com frutos, legumes de todas as cores, folhas verde-escuro. Inclua ainda uma boa fonte proteica como a gema do ovo. Aos poucos vai sendo aumentada a qualidade e a consistência dos alimentos sólidos. Com um ano, a criança provavelmente receberá a alimentação da família.

Dê preferência aos alimentos frescos e nunca troque as frutas por sucos. Em vez de comprar um  suco de laranja, dê à criança a própria fruta. “Quando a mãe faz o suco ela aumenta as calorias que a criança consome. Para conseguir 100 ml de suco são necessárias várias laranjas, e acaba ainda sendo adicionado o açúcar. Ao dar a própria fruta, ela aumenta o consumo de fibras e a digestibilidade. É o alimento como alimento de verdade”, explica o médico. Sipolatti acrescenta que muitos problemas dermatológicos são causados por consumo de produtos industrializados.

“Assim que possível comece a introduzir a carne branca, que seja de ave ou de peixe. Até os dois  anos o açúcar está proibido, assim como mel e melado”, alerta. Nos primeiros dois anos de vida a família não deve pedir para a criança comer, mas sim deve ser observada a fome da criança. É importante que se coloque uma disciplina de horários para comer, e  esses horários devem coincidir com os horários que a criança sente fome. A dica é: nada de biscoitos, frutinhas e guloseimas entre as refeições.

Excesso de peso na pandemia

A pandemia obrigou famílias a mudarem seus hábitos, e as crianças têm sentido os impactos. Com

o isolamento social, as aulas não presenciais e a diminuição das atividades físicas, muitos dos pequenos têm enfrentado o ganho de peso. “O maior problema observado com a pandemia foi a acentuação do volume daquilo que se come e a diminuição das atividades

físicas. Praticamente todas as crianças ganharam peso”, analisa o pediatra.

Para o médico, a situação chegou a esse ponto devido à má alimentação que tem sido oferecida às

crianças e à falta de atividades físicas. “Dentro do possível as crianças precisam jogar bola, nadar, se exercitarem. As crianças dentro de nossas famílias vivem com seus smartphones e não saem do lugar. Nossos filhos precisam da alimentação natural, sair da indústria e limitar o tempo da ociosidade. Vão correr, andar de bicicleta, brincar!”“.

7 dicas para acertar na alimentação dos pequenos

Não troque o jantar por lanche.

Muitas famílias cujos pais costumam fazer lanche à noite, estão instruindo as crianças a não jantar. Seria muito bom que a partir de um ano a criança tivesse horários de alimentação, e fora desses horários, apenas água.

– Suco não substitui a fruta.

Frutas têm fibras e melhoram a digestibilidade. Sucos feitos em casa ou industrializados  trazem muito mais calorias – e produtos químicos – do que a criança precisa.

– Não dê leite de vaca.

Na falta do leite materno deve-se buscar uma fórmula infantil, porque elas tentam se aproximar

ao máximo do leite materno. Antes de dois anos não dê leite de vaca. Lembre-se que esse leite foi elaborado para o bezerro, um animal com 23kg e possui um volume de gordura e ingredientes muito superiores que o leite da mãe

– E os outros tipos de leite?

Assim como o leite de vaca, os bebês não devem consumir bebidas de soja antes dos 12 meses para substituir  o leite materno ou fórmula infantil. Os leites com sabor para crianças de 12 a 23 meses devem ser evitados porque contêm adição de açúcares.

– É preciso dar água ao bebê? Nos seis primeiros meses de vida a criança tem toda água no  leite materno, sem necessidade de água. Na sua falta, o pediatra irá apontar uma fórmula infantil que possa atendê-lo. Do sexto mês em diante acompanhe a cor da urina. Em um dia muito quente, se a urina estiver amarela pode dar um pouco de água

– Adição de açúcares.

Açúcares não devem ser adicionados à dieta de bebês e de crianças até 2 anos. Os alimentos  complementares precisam ser ricos em nutrientes e não conter calorias adicionais de açúcares.

– Colocar sal na comida faz mal? Ao se aproximar de um ano de idade, a orientação é reduzir  a quantidade de sal no momento de elaborar as refeições para que a criança receba mínimas quantidades de sal. Mínimas quantidades de sal podem fazer parte da dieta do lactente.

 

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