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Violência e o cuidado com as nossas crianças

Nós vamos continuar a série de informações sobre o melhor cuidado com as nossas crianças. Educar filhos não é sobre seguir manuais e também não é sobre regras prontas. A relação entre adultos e crianças demanda mais do que é certo e errado. Ter filhos é um mergulho radical em nossa própria existência, quer a gente queira ou não. E para cuidar dessa relação, precisamos de intenção, de vontade e de coragem.

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Como pontos importantes da abordagem de hoje, o raciocínio primordial é pensar que a Intenção serve para nos orientar. A vontade nos impulsiona, e o querer gera movimento.

A psicóloga Maíra Sátiro, especialista em atendimento infanto-juvenil, afirma que a coragem serve para encarar a transformação, e aceitar que nada sabemos é fator importante para reaprender. “Neste processo, cada um vai descobrir seu próprio caminho, o seu próprio jeito de cuidar”, disse a psicóloga.

Ela pontuou que, dentre essas diversas formas de cuidar, fomos ensinados que castigo é um caminho de aprendizado e até hoje achamos que é preciso sofrer para aprender as coisas importantes da vida. “Não confiamos no afeto quando queremos que nossos filhos entendam algo,  e, por isso, partimos para ferramentas rudimentares, que garantem a manutenção desse pensamento e estabelecem uma linha clara de controle e dominação”, analisou.

Mas um pai ou uma mãe que precisam avançar sobre a integridade física ou emocional do filho para serem vistos e ouvidos tem, na verdade, uma relação muito frágil com a sua autoridade.  “quanto mais grita, ameaça, castiga e pune, mais exposta fica essa fragilidade, sempre disfarçada de força. Infelizmente, essa é a forma como nossa sociedade entende e pratica a educação. Essa é a razão de tanta gente acreditar, ainda hoje, que precisa bater para a criança entender. Que precisa gritar para se fazer ouvir, que precisa castigar para ensinar”, disse.

Para quem acha que romper com essas ideias e construir novas formas de se relacionar com as crianças não é simples, pelo contrário. “ É como fazer uma revolução, mas sem pegar em armas. Que possamos fazer melhores escolhas para que a relação com as crianças sejam um espaço de afeto e segurança e não de medo e instabilidade”, conclui Maíra.

 

 

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