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Unidade prisional de Linhares desenvolve projeto de bem-estar físico e emocional em ação de ressocialização

Um projeto com foco especial em pessoas com deficiência, idosos, hipertensos e diabéticos tem contribuído para a promoção do bem-estar físico e emocional e para a melhoria da convivência entre internos do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL).

A iniciativa, Movimento Saudável CDRL, é desenvolvida desde o mês de fevereiro deste ano. As aulas são ministradas por um interno da própria unidade prisional, que é educador físico. As atividades são acompanhadas pelo corpo técnico da penitenciária e contam com o apoio de profissionais de saúde e psicólogos. A proposta integra diferentes áreas do conhecimento e busca tornar o ambiente prisional mais humano, estimulando o autocuidado e a prática de atividades físicas regulares.

Atualmente, 90 presos participam das atividades em grupo, e outros 10 recebem atendimento individualizado, conforme suas condições de saúde. Entre os casos mais marcantes estão os dos internos V.C. e J.J., que sofriam com graves sequelas de AVC e hoje já conseguem se locomover de forma independente. Antes, ambos precisavam de cadeira de rodas e cuidadores.

“Mesmo em reclusão, participar do projeto é uma grande oportunidade. O Movimento Saudável CDRL melhora nossa qualidade de vida e nos ajuda a recuperar a autonomia, com exercícios que fortalecem o corpo e a mente. É uma forma de cuidar da saúde e de crescer como pessoa dentro do sistema prisional”, disse o reeducando B.M., que trabalha desenvolvendo as aulas no projeto.

As atividades do projeto incluem ginástica, alongamentos, exercícios funcionais e dinâmicas em grupo, sempre adaptadas às necessidades de cada participante. As sessões ocorrem cinco vezes por semana, com duração média de 40 a 50 minutos. Além disso, são realizadas avaliações periódicas de saúde e evolução física, garantindo o acompanhamento contínuo dos resultados.

De acordo com o diretor do Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL), Geanderson Oliveira de Carvalho, o projeto tem proporcionado melhorias significativas na mobilidade, autoestima e disciplina dos internos, pois reduz também os sintomas de estresse e ansiedade. “A iniciativa também contribui para o fortalecimento da convivência pacífica e do respeito mútuo dentro da unidade. Mais do que uma prática corporal, o projeto é visto como uma ferramenta de reabilitação e esperança, transformando o tempo de reclusão em oportunidade de crescimento pessoal”, destacou o diretor.

A psicóloga Lucíola Mercilia, servidora que acompanha o projeto, reforça a importância da integração entre corpo e mente no processo de reinserção social. “Percebemos que o cuidado com o físico reflete diretamente no equilíbrio emocional. Cuidar do corpo e da mente é um passo essencial para a ressocialização e mudança na perspectiva de vida dos custodiados”, afirmou.

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