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Robô desenvolvido por pesquisadores da Ufes ajuda pacientes sem mobilidade a voltarem a andar no ES

Foto: Reprodução/TV Gazeta

Pessoas que têm algum tipo de dificuldade para andar ou se movimentar contam agora com mais uma ajuda da tecnologia: um robô desenvolvido na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) com o objetivo de auxiliar no tratamento e locomoção dos pacientes que perderam a mobilidade. Em todo o país existem apenas outros cinco robôs que desempenham a mesma função.

O professor e pesquisador Fernando Zanela contou que o projeto teve início quando a universidade comprou um equipamento para montar um laboratório. Depois, foram adquiridos uma máquina de análise de movimento por meio das câmeras, duas esteiras e o Lokomat, aparelho que surgiu em 1994 e auxilia na locomoção das pessoas.

Com a junção desses equipamentos, os pesquisadores criaram um exoesqueleto que entrou em operação no mês de junho e está em fase de testes. O equipamento é adaptado ao corpo do paciente e depois simula caminhadas.

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“Todas as articulações estão coincidindo com as articulações do paciente. Quando o robô for fazer a marcha, tem que fazer coincidindo com as articulações correspondentes”, detalhou o fisioterapeuta Marcelo Benevides.

Os pesquisadores realizam uma avaliação do paciente para identificar as limitações e fazer os movimentos, como dobra do quadril e extensão do joelho. O equipamento vai reproduzindo e fazendo os ajustes de acordo com a necessidade de cada paciente.

Primeiro paciente a testar o equipamento no estado, o cadeirante Caio Rodriguez de Oliveira, que perdeu os movimentos das pernas ao ser baleado em um semáforo em 2019, esperou cerca de 25 minutos para ajustar o equipamento ao corpo e falou sobre a sensação de ficar novamente de pé.

Foto: Reprodução/TV Gazeta

“É bom. A gente fica vendo as pernas se mexerem, parecendo que a gente tá andando. É uma sensação muito boa. É uma memória não só motora como psicológica também”, disse Caio.

Esse é o primeiro equipamento instalado em uma universidade pública. A fisioterapeuta Jéssica Costa está desenvolvendo uma pesquisa de mestrado e vai usar os resultados dos testes do exoesqueleto.

“Espero que seja significativo pra eles. Não só em números, mas mas pra qualidade de vida deles”, disse a fisioterapeuta.

Caio, que experimentou a sensação de andar novamente pela segunda vez, disse que é bom ver o mundo do alto.

“É bom a gente falar com os outros olho no olho ao invés de baixo pra cima. Uma coisa que é simples pros outros, mas pra gente é uma diferença grande”, disse Caio.

Foto: Reprodução/TV Gazeta

Fabrício Costa, consultor socioambiental e pai de Caio, sorriu ao ver o filho fazendo os movimentos de caminhada.

“Valeu muito a pena. Tudo o que estiver relacionado à melhoria da qualidade de vida do Caio, meu sorriso vai ser cada dia maior”, disse o pai de Caio.

O pesquisador Fernando Zanela disse que o interesse é desenvolver pesquisas nas áreas de saúde e tecnologia e, futuramente, oferecer à população. 

A gente tem o interesse em desenvolver pesquisa de alto nível com esse equipamento e tem o interesse de oferecer esse tipo de atendimento para a comunidade”, disse o pesquisador.

 

Fonte: g1
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