A perspectiva da aplicação de uma dose de reforço da vacina contra a Covid-19, inicialmente para grupos de idosos e imunossuprimidos, traz a esperança de uma proteção mais robusta. A autorização dada nesta semana pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prevê o envio de novos lotes do imunizante a partir do dia 15 de setembro para os estados.
A infectologista de Unimed Vitória Ana Carolina D’Ettorres diz que a dose extra já era esperada. “Com o tempo a imunidade induzida pela vacina cai. Com o reforço, também conhecido como booster, essa imunidade é muito potencializada. Era esperado que alguns grupos mais vulneráveis fossem revacinados”.
Pessoas com mais de 70 anos que tenham tomado a segunda dose há pelo menos seis meses, e os imunossuprimidos que completaram o esquema vacinal há pelo menos 28 dias, fazem parte desse primeiro grupo a receber o reforço. “É importante que grupos mais suscetíveis recebam essa dose para aumentar a produção de anticorpos. Quando o corpo é exposto ao estímulo da vacina novamente, a memória imunológica é reativada de forma mais robusta e sustentada. A prática de aplicar vacinas de reforço existe em outros esquemas vacinais”, explica Ana Carolina.
Importante lembrar que as pessoas devem completar seus esquemas vacinais. Aqueles que receberam uma dose precisam retornar para receber a segunda. “Não se pode abdicar da segunda dose achando que somente uma garante a imunidade plena”, alerta a infectologista.
Segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), a aplicação das doses seguirá ordem dos mais velhos para os mais novos, e deve ser feita com uma dose da Pfizer, preferencialmente. Ainda está em estudo pelo Governo Federal será a aplicação da dose de reforço nos profissionais da saúde e pessoas com menos de 70 anos.
É considerado imunossuprimido quem se enquadrar nos seguintes requisitos:
1- Neutropenia – nível muito baixo dos neutrófilos, um tipo de glóbulo branco, que ajuda no combate das infecções destruindo bactérias e fungos. Pacientes com neutropenia têm risco aumentado de desenvolver infecções graves.
2- Neoplasia (Tumor que pode ser benigno ou maligno) hematológica com ou sem quimioterapia.
3 – HIV positivo com CD4<200 –
A contagem normal de CD4 em um adulto deve ficar acima de 500 células por milímetro cúbico (mm3). Quando a taxa de CD4 for inferior a 200 células por mm3, significa que o paciente está em estado avançado de imunossupressão.
4 – Asplenia funcional ou anatômica – refere-se à não existência do baço e está associada com riscos de infecção graves.
5 – Transplantados
6 – Quimioterapia nos últimos 30 dias
7 – Paciente em uso de corticosteroides por mais do que 15 dias
8 – Doenças autoimunes – as mais conhecidas são lúpus, artrite reumatoide, doença de Crohn, vitiligo, psoríase, diabetes tipo 1, esclerose múltipla, doença celíaca, tireoidite de Hashimoto, Síndrome de Sjögren e Imunodeficiência congênita.