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Pesquisa inédita revela comportamento do produtor rural: 84,1% acessam tecnologias digitais

Pesquisa inédita realizada pelo Sebrae, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou os principais avanços tecnológicos na agricultura brasileira. De acordo com o estudo, 84,1% dos produtores rurais utilizam pelo menos uma tecnologia digital em seu processo produtivo. Ainda segundo a pesquisa, 67,1% dos entrevistados acreditam na necessidade cada vez maior do uso das tecnologias para o planejamento das atividades da propriedade e apenas 15,9% ainda não utilizam nenhuma tecnologia.

O levantamento contou com a participação de produtores agrícolas de todos os estados brasileiros. As perguntas foram aplicadas entre os dias 17 de abril e 2 de junho de 2020. A análise mostrou que dentre as tecnologias digitais destacam-se o uso de internet para atividades gerais ligadas à produção agrícola (70,4%); aplicativos de celular ou programas de computador para obtenção ou divulgação de informações da propriedade e produção (57,5%) e aplicativos de celular ou programas de computador para gestão da propriedade e produção (22,2%).

Outro dado revelado pela pesquisa sobre o comportamento dos produtores rurais brasileiros é a adesão às redes sociais como um dos principais meios de informação. 57,5% dos entrevistados declararam utilizar redes sociais para obter ou divulgar informações da propriedade e da produção.

José Alexandre Abreu de Lacerda é produtor de café especial no Sítio Forquilha do Rio, na região do Caparaó Capixaba. Embora não tenha muita facilidade com o uso de tecnologias digitais, o cafeicultor ressalta a importância das redes sociais no processo de informação e divulgação da produção. “Desde 2013 temos telefonia na comunidade. A partir daí, temos usado bastante as redes sociais, principalmente o WhatsApp para divulgar e compartilhar informações com os nossos parceiros que trabalham com o café que produzimos. Às vezes precisamos de uma rápida análise de solo, enviamos amostras e já conseguimos contatar os agrônomos e parceiros via WhatsApp. No final das contas, contamos bastante com a praticidade da ferramenta para divulgação do nosso trabalho”, conta.

A pesquisa apontou ainda que, segundo os agricultores, há dificuldades para implantar ou melhorar seu processo produtivo com a agricultura digital, devido ao alto valor do investimento para a aquisição de máquinas, equipamentos ou aplicativos (67,1%); problemas ou falta de conexão em áreas rurais (47,8%); valor para a contratação de prestadores de serviços especializados (44%); falta de conhecimento sobre quais as tecnologias mais apropriadas para o uso na propriedade (40,9%).

De acordo com o gerente de competitividade e produtividade do Sebrae/ES, Luiz Felipe Sardinha, apesar da tecnologia demorar mais para chegar nas propriedades rurais, elas têm sido bem aproveitadas. “Os produtores têm percebido a importância de usar a tecnologia ao seu favor. São inúmeras as possibilidades e facilidades que trazem retorno positivo aos produtores, seja para obter informações para planejar as atividades da propriedade, para mapear e planejar o uso da terra ou até comprar e vender insumos e produtos. Além disso, à medida que os produtores incorporam novas tecnologias em suas propriedades, os ganhos em produtividade e faturamento tendem a aumentar, o que contribui para o incremento de inovação no campo ”, explica.

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