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‘Não demonstraram arrependimento’. Diz delegado sobre frieza de pais suspeitos de matar filho de 2 anos no ES

O delegado Alan Moreno de Andrade, titular da Delegacia de Homicídios Consumados de Vila Velha, responsável pela investigação da morte do menino Jorge Teixeira da Silva Neto, de dois anos, disse em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (6) que Jeorgia Karolina Teixeira da Silva, de 31 anos, e Maycon Cruz, de 35, suspeitos das agressões que provocaram a morte da criança, não demonstraram nenhuma consternação com a morte do filho.

“Desde que chegaram na delegacia até a hora que finalizamos procedimento eles não demonstraram arrependimento, nenhuma consternação, não demonstraram emoção alguma. Um leve choro. Eles não conversavam entre si. Quando um passava, o outro virava o rosto”, contou o delegado.

Outro fato que chamou a atenção da polícia é que só a mãe esteve no hospital durante o atendimento ao menino, enquanto o pai chegou após a morte da criança.

“De posse dessas informações e, com a suspeita passada pela médica, de que havia nítidos sinais de abuso sexual, os pais não queriam que o corpo fosse levado ao DML (Departamento Médico Legal). Assim que o corpo da criança chegou ao DML, o legista entrou em contato com nossa equipe porque viu marcas de queimadura e o reto da criança bastante dilacerado”, relatou o delegado.

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O delegado informou ainda que fraldas e papel higiênico com substância característica a sangue foram recolhidos na casa da família e serão analisados. Alguns objetos religiosos também foram recolhidos na residência.

Mãe registrou boletim de ocorrência informando estupro

O delegado Alan Moreno disse que, após ser informada pela equipe médica do hospital que o filho havia sido estuprado, Jeorgia registrou um boletim de ocorrência.

 

“Assim que a mãe toma ciência pela médica que ele tinha sido vítima de um estupro, ela vai até a delegacia, faz um boletim de ocorrência, retorna ao hospital e entra em contato com o pai e fala ‘nosso filho foi vítima de estupro’. O pai teria respondido ‘depois temos que sentar e conversar sobre o boletim, pode ser que deixamos passar alguma coisa desapercebido’, detalhou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado, a mãe não descreveu nenhum detalhe no boletim e apenas informou o fato. O casal também negou as agressões.

“Fez uma narrativa simples, que a médica comunicou a ela que o filho tinha sido vítima de estupro. Negam veementemente que tenham praticado as lesões. Afirmam que no domingo à noite (3) a criança dormiu com um pequeno machucado na virilha e na segunda amanheceu daquela forma que acordou”, disse.

Médico legista detalha lesões encontradas na criança

O médico legista do caso, Josias Rodrigues Westphal, informou que foram encontradas várias lesões na criança e elas indicaram que ela foi estuprada, espancada e torturada em um período entre 24h a 36h antes da morte.

“Já no exame físico externo a gente encontrou muitas lesões bem sugestivas, lesões por queimadura, equimoses devido a trauma, possivelmente por pancada, e no decorrer do exame a gente encontrou outras lesões no intestino, além do ânus da criança completamente dilacerado por um objeto”, disse o médico.

A causa da morte, de acordo com ele, foi um choque séptico ocasionado por uma infecção no abdômen, chamada de peritonite, porque o intestino foi perfurado e foram encontradas fezes na cavidade abdominal do menino.

“Os achados no exame físico indicam que houve tortura e as lesões no abdômen indicam que houve espancamento. Não dá para saber como ele apanhou, só dá para saber que ele foi agredido. As lesões no reto e no ânus indicam que houve introdução de um objeto no ânus da criança”, detalhou o médico legista.

O médico disse ainda que foi coletado material e ele será analisado para identificação de espermatozoides ou PSA. Caso esses exames sejam positivos, a conjunção carnal será confirmada. O prazo para conclusão é de 15 dias.

Investigações continuam.

O delegado informou ainda que as investigações continuam e todos que tiverem qualquer participação nesse crime serão presos e punidos.

“Não podemos descartar a participação de outras pessoas porque quem vai dizer o que aconteceu naquele quarto são os dois presos, mas só eles estavam na residência e não falam”, disse o delegado.

De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus), Jeorgia está no Centro Prisional Feminino de Cariacica e Mycom no Centro de Triagem de Viana.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte – g1/Por – Por Fabiana Oliveira

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