As investigações sobre a morte do ativista Jonas Soprani têm causado repercussão em todo o Espirito Santo, principalmente após a prisão do vereador Waldeir de Freitas (PTB), na quinta-feira (29/07), em Belo Horizonte, onde o vereador participava de um congresso para vereadores.
A esposa do ativista, Néia Soprani, pela primeira vez, após a morte do marido, fala com exclusividade para um veículo de comunicação. Bastante abalada, a viúva respondeu às seguintes perguntas:
Norte Notícia: a senhora se recorda dos últimos momentos com seu marido?
Néia Soprani: Sim. Nesse dia ele nem iria sair, mas, de repente, resolve fazer um documento para protocolar, e me perguntou e se eu levaria ele na Câmara de Vereadores, rapidinho? Isso foi por volta das 15h30. Eu tinha que ir no supermercado também, aí fomos. Ele não conseguiu protocolar, pois o presidente criou novas leis pra quem quiser protocolar algo. Agora, é necessário levar vários documentos; Jonas não sabia e não levou. Ele foi com uma folha e voltou com três. Na volta, iríamos ficar no bar, mas resolvi ir ao supermercado. Quando eu estava já no caixa, Jonas me enviou três áudios, como não abri, ele me ligou e disse que era para eu ir embora pois o bar estava muito cheio. Então, falei para separar dois torresmos, que iria passar para pegar. Ele me respondeu, por mensagem, que o torresmo tinha acabado; enviei uma carinha de choro. Foi minha última conversa com ele. Depois só o vi no chão, murmurando que tinha algo na garganta dele arranhando.
Norte Notícia: o que a senhora está achando das investigações e da prisão do vereador?
Néia Soprani: prefiro aguardar mais um pouco. Mas, posso adiantar que esse vereador estava em contato direto com ele, e quando não saiam juntos, ficavam na frente de casa conversando, dentro do carro. Estamos muito tristes por saber que ele é suspeito de ter feito isso com Jonas que confiava muito nele.