Discreto e aventureiro, assim vizinhos definem o mergulhador profissional Lucas Vieira Donati, de 37 anos, morador de Vitória preso em São Paulo por tráfico internacional de drogas durante uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã de quarta-feira (10/05).
Lucas foi preso enquanto embarcava em um voo para a África do Sul e é suspeito de armazenar drogas em navios e retirá-las das embarcações atracadas em terminais portuários brasileiros e no exterior.
A notícia da prisão do mergulhador deixou muitos vizinhos surpresos porque ninguém desconfiava da atividade criminosa desenvolvida por ele.
Praticante de trilhas, Lucas também gosta de acampar, jogar futebol e viaja com frequência. Em postagens nas redes sociais, muitas pessoas também falam que ele é um bom pai e mostraram-se incrédulas com a notícia.
Vizinhos, que pediram para não ser identificados, também contaram que ele não era de conversar muito com outros moradores.
Mais de R$ 267 mil em casa
A operação do mergulhador do Espírito Santo aconteceu durante a Operação “DIVER” (mergulho em inglês), deflagrada para cumprir três mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul (3), Santa Catarina (1), Espírito Santo (1) e São Paulo (1).
De acordo com a PF, na casa de Lucas, em Vitória, foram encontrados mais de € 34 mil (euros), R$ 66 mil e mais de US$ 2.900, totalizando mais de R$ 267 mil.
Também foram apreendidos um carro e uma moto e equipamentos de mergulho – uma scooter subaquática, usada para impulsionar o mergulho.
Investigações
A Operação teve início em 29 de março de 2023, após a PF e a Marinha do Brasil apreenderem, em Rio Grande, 206 quilos de cocaína ocultados em casco de um navio, tendo como destino o porto de Setúbal, em Portugal.
A droga foi escondida em uma das caixas de mar (sea chest) do navio, através de atividade de mergulho e acompanhada por meio de rastreadores.
A ação passou a ser investigada pela PF e, a partir de uma série de diligências, o mergulhador profissional, cuja função na organização criminosa consiste em armazenar a droga nos navios atracados em terminais portuários brasileiros, assim como retirar a mesma das caixas de mar, mediante a atividade de mergulho no exterior, foi identificado.
Fonte: g1