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Linhares está entre os municípios mais violentos do Brasil; outras 4 cidades do ES também estão na lista

Cinco cidades do Espírito Santo figuram na lista das 120 mais violentas do Brasil, segundo um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O estudo, divulgado na ultima semana, acende um alerta para os Índices de crimes violentos registrados em Cariacica, Linhares, Serra, Vila Velha e Vitória.

Em Linhares entre a noite de sexta-feira (25/06) e domingo (27/06), foram registrados 4 homicídios.

A análise tem como base os dados de homicídios das cidades e atende ao pedido do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O objetivo é levantar critérios para escolher os municípios que devem participar do Programa Nacional de Enfrentamento de Homicídios e Roubos, ainda sem data para ser lançado.

Apesar do novo nome, a expectativa é de que seja na mesma roupagem do “Em Frente, Brasil”, idealizado pela gestão de Sergio Moro enquanto ministro e que contemplou Cariacica. Na época, a ideia era combater a violência com a presença do efetivo da Força Nacional e também investir em projetos sociais.

Para organizar a ordem de entrada dos municípios no programa, o indicador do Ipea prioriza os municípios com maiores números de homicídios dolosos entre 2018 e 2020, segundo os dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).

O Ipea propôs duas formas de classificar os municípios. A primeira atribui uma nota geral, com base na média anual de homicídios, e a segunda considera a taxa dessa média por 100 mil habitantes entre 2018 e 2020.

Na classificação pela nota geral, Cariacica ocupa o 25º lugar, enquanto Linhares é o 53º, Serra é o 71º, Vila Velha, o 82º e, por fim, Vitória está em 104º lugar.

Quanto à taxa de homicídios, Cariacica é o 41º colocado. Os demais municípios capixabas estão nas seguintes posições: Linhares (48º), Serra (74º), Vila Velha (86º) e Vitória (101º).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Quando observamos as cinco cidades capixabas, é possível já notar uma característica que o estudo do Ipea observou em outras regiões. Dos 120 municípios, 60% deles possuuma cidade vizinha também incluída na lista. No Estado, Vitória, Cariacica, Vila Velha e Serra estão interligadas.

“São aglomerados populacionais e com bom trânsito entre eles. É possível uma pessoa sair de Cariacica e matar no Centro de Vitória, como aconteceu recentemente. Há um trânsito de influência, de crimes e comunicação da violência dessas cidades”, observa o professor e advogado Henrique Herkenhoff.

Ainda está no ranking nacional a cidade de Linhares, a principal do Norte do Estado e que já tem o bairro onde aconteceram mais assassinatos em 2021.

Para Daniel Cerqueira, diretor do Instituto Jones dos Santos Neves, ter apenas cinco cidades na lista das 120 mais violentas e a primeira delas – Cariacica – aparecer em  25º lugar é uma evolução quando se compara os índices de criminalidade que o Estado apresentou há pouco mais de 10 anos.

“A situação agora é uma evolução do que vivemos em 2009, quando o Espírito Santo tinha um dos maiores índices de violência do Brasil, com uma economia estagnada, concentração de renda e o número de homicídios duas vezes maior que a média nacional. Fora isso, o Estado já tem em suas raízes históricas uma cultura de se ter arma de fogo em casa, em especial no interior”, detalha Daniel Cerqueira, que também já atuou no l|pea.

Já Herkenhoff acredita que as posições dos municípios capixabas são, na verdade, uma perspectiva do que se espera num futuro próximo, quando as cidades do Estado poderão estar de fora da lista do Ipea.

“Há um tradição brasileira de se apostar no aprisionamento em massa e sem seletividade. Aqui, a polícia tem sido cada vez mais técnica nos serviços de investigação de crimes enquanto há um profissionalismo de se evitar confrontos, uma cultura da menor violência policial”, pontua.

Em 2010, o Espírito Santo fechou o ano com 1.845 assassinatos e uma população na casa de 3,5 milhões de pessoas. Em 2019, foram 987 homicídios, com uma população de cerca de 4,1 milhões de pessoas.

“A revolução na gestão da segurança pública passa pelo abandono do ‘achismo’, da patrulha de esquina e resposta midiática, para a gestão baseada na evidência. Assim, primeiro se faz um diagnóstico e depois vêm os remédios, como planejamento e programa de prevenção à criminalidade”, completa Daniel Cerqueira.

O QUE DIZ A SESP

Responsável pelas principais demandas de enfrentamento à violência imediata, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) encaminhou uma nota dizendo que trabalha com foco na redução dos registros de homicídios dolosos em todos os municípios e regiões, tendo como planejamento o programa Estado Presente em Defesa da Vida.

“A redução dos índices de homicídios é gradativa e alcança municípios como Serra, Cariacica e Vitória, que saíram de posições de topo dos rankings de violência. Em 2020, apesar dos desafios da pandemia, o Estado registrou o segundo melhor resultado dos últimos 25 anos, com 1103 homicídios dolosos registrados. Em 2021, a tendência de redução está mantida até o momento, inclusive nos municípios citados no estudo, que nos primeiros cinco meses desse ano apresentaram reduções históricas de assassinatos”, informou a pasta por meio de nota à imprensa.

Fonte – A Gazeta/ Glacieri Carraretto – Repórter de Cotidiano

Em Linhares a maioria das vítimas de homicídios tinha envolvimento com drogas, o que leva a crê que o município teria que ter uma política social voltada para este problema.

Na cidade existe a construção de um Centro de Tratamento de Toxicômanos (CTT), que já dura praticamente 10 anos e até o momento não está em funcionamento. Na obra foram gastos mais de 10 milhões. O vereador Roninho Passos (DC), no mês de passado (maio), chamou a atenção para o fato em suas redes sociais. O Norte Noticia abordou o assunto e ouviu o vereador e o município. Click no link abaixo e veja matéria.

360 dias que se tornaram 10 anos: vereador constata abandono de obra e prefeitura nega

 

 

 

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