De acordo com as investigações, a pastora tinha conhecimento de outros abusos sexuais sofridos pelos filhos e nada fez para pôr fim às agressões.
As descobertas surgiram após perícia no celular do pastor George Alves e de Juliana, onde peritos chegaram a encontrar troca de fotos das crianças machucadas.
Num dos episódios narrados na decisão, o magistrado afirma que “Juliana tinha conhecimento dos supostos abusos sexuais sofridos pelos seus filhos e vítimas, tanto que em uma conversa entre os acusados (ela e o marido ),a vitima Kauã,6, reagiu emocionalmente após ter sofrido ‘maldades ‘por parte de dois ‘caras’ na piscina, entretanto, eles não tomaram qualquer medida ou providência em relação ao ocorrido”.
Numa decisão de quatro páginas, o juiz André Dadalto cita que Juliana sabia dos desvios de caráter do marido “a iniciar pela diferença de tratamento entre os filhos do casal e o enteado, inclusive que deixava faltar alimento, medicamento e atendimento médicos a elas”.
De acordo a decisão judicial, a pastora “tinha ciência do comportamento sexual incompatível com a pregação” do marido, “já que em troca de mensagens a mesma dizia ter ‘nojo’ e ele dizia se sentir ‘imundo’ e um ‘lixo’ por seus comportamentos”.
A decisão judicial diz ainda que os irmãos Kauã e Joaquim, 3, já haviam relatado na escola os abusos sexuais sofridos. “A vítima Kauã em certas ocasiões chorava desesperadamente, mas alegava aos seus professores que não podia relatar a motivação.”
A narrativa prossegue afirmando que “Joaquim, também na escola, relatava que sofria abusos sexuais, quando então os acusados lá compareceram no estabelecimento de ensino afirmando que os abusos não eram praticados no âmbito doméstico e familiar”.
Segundo as investigações, o casal tentava direcionar a culpa das agressões ao menino para outra criança de 5 anos de idade.
Outra revelação contida na decisão torna o caso ainda mais estarrecedor. Após a morte dos irmãos, o casal esteve junto na casa para alterar a cena do crime e jogaram objetos no quarto das crianças e retiraram quase todos os objetos do mesmo, inclusive lençóis e demais roupas de cama, entregando-os a terceiros para serem lavados”.
A investigação aponta que mesmo conhecendo todo o histórico de George, a esposa o apoiava em seus propósitos “em ascender na igreja, angariando fiéis e assim qualidade de vida financeira até então não experimentada por eles”.
Em outro trecho da decisão consta que “o pastor George em parceria com a pastora Juliana buscava uma ascensão religiosa e aumento expressivo de arrecadação de valores por fiéis e, para esta finalidade, ceifou a vida dos menores Kauã e Joaquim parasse utilizar da tragédia em seu favor”.
Fonte – gazetaonline
Juliana não estava escondida diz advogados
Os advogados de defesa da pastora Juliana Sales negaram que ela estivesse escondida ou até mesmo tentando se esconder para não ser presa.
A defesa argumenta que, na tarde da segunda-feira (18), foi expedido o mandado de prisão, e Juliana estava no Estado de Minas Geras,na cidade de Teófilo Otoni, para fazer tratamento de saúde, pois ela não tinha condições de fazer em Linhares, já que não podia se quer sair na rua, pois estava sendo ameaçada.
Veja comunicado divulgado pela junta de advogados que defendem Juliana Sales e o Pastor George:
“Juliana não se encontrava foragida ou escondida, uma vez que a mesma sequer era investigada ou tida como suspeita da morte dos filhos, conforme concluiu a própria investigação da Polícia Civil de Linhares. A Pastora Juliana estava em Teófilo Otoni para acompanhamento médico psiquiátrico em virtude dos fatos ocorridos, uma vez que vinha sendo ameaçada de morte na cidade de Linhares. Na cidade de Teófilo Otoni, a mesma também estava sendo acompanhada por seus pastores e sendo cuidada por eles, inclusive frequentando cultos, o que afasta qualquer versão de que a mesma tivesse o animus de se esconder”, diz o comunicado.
Fonte – gazetaonline/folhvitoria/tribunaonline