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Famílias continuam ilhadas e crianças faltam às aulas após chuvas fortes em Linhares, no ES

Até esta segunda-feira (12/12), moradores da zona rural de Baixo Quartel, um distrito em Linhares, na região Norte, ainda continuavam ilhados após as fortes chuvas que atingiram o Espírito Santo nos últimos dias. A água não baixa e, por conta disso, as crianças não frequentam aulas há semanas e muitas pessoas estão tendo que se arriscar a fazer a travessia.

Eles contam que o problema se concentra na principal estrada que dá acesso à comunidade. Segundo o produtor Gelcimar Vergna, a situação é complicada para quem faz tratamentos médicos. Quem precisa sair de casa só consegue fazer o trajeto por meio de barco.

Uma área de pasto da região também se transformou em um lago de aproximadamente cinco metros de profundidade. No local, segundo os moradores, vivem mais de 50 famílias.

De acordo com a professora Márcia Aparecida Vergna, ainda há uma dificuldade em escoar a produção agrícola do local, que é na zona rural do município.

“A maioria das pessoas são idosas, há pessoas que passaram por cirurgia. Tem mercadoria que precisa ser escoada, mamão, milho, café, mamão. Então, os moradores estão sofrendo muito com essa situação há mais de 10 dias”, relatou.

O nível de água nessa região continua subindo, mesmo depois da trégua que a chuva deu. As famílias contam que já é normal esses alagamentos no local durante os períodos chuvosos. Em uma propriedade, a água atingiu os pés de café, outras duas estradas que dão acesso ao loteamento e também ao Reduto dos Baianos.

Dono de um lote da região, o produtor rural Anselmo Vergna contou que teve um prejuízo de quase 30 mil reais na plantação de café.

“Umas 20 sacas de café vão morrer. Não vai dar tempo desses grãos ‘granarem’ para a gente colher. Além dos pés também que devemos perder”, lamentou.

Sem acesso à escola

Os estudantes também já não frequentam as aulas há quase duas semanas. E quem se arrisca a atravessar pela estrada sem o barco, acaba se machucando ou tendo prejuízos financeiros.

O torneiro mecânico Edislan Vergna Soares teve problemas ao tentar fazer a travessia de moto. “Eu fui atravessar e ela (a moto) acabou morrendo dentro da água. Bateu o motor”, disse Edislan.

Outra moradora que sofreu com os reflexos da chuva na comunidade foi a professora Ronivania Tonon.

“Tinha um buraco no caminho e como estava tampado por água – graças a Deus, eu estava devagar –, a moto acabou batendo o pneu dianteiro, virou e eu caí. Por sorte, só levei as pancadas. Não quebrou nada. Mas, devido a todo esse transtorno, precisei me ausentar do trabalho por uns dias”, detalhou a professora.

A coordenação da Defesa Civil de Linhares informou, por nota, que em alguns lugares em que a água nao escoou totalmente, se não chover mais, a tendência é caminhar para o normal.

Sobre a comunidade de Baixo Quartel, a nota diz que a primeira ação foi retirar as famílias do local e levá-las para um local seguro. Assim que a água abaixar, a Secretaria de Obras vai estudar a melhor forma para sanar o problema em definitivo.

A reportagem tenta um posicionamento da Secretaria de Obras de Linhares. Se houver retorno, este texto será atualizado.

Foto – Baixo Quartel Linhares

 

 

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Fonte g1/ES – Por Cristian Miranda, TV Gazeta

 

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