Presa desde quarta-feira (20), a pastora Juliana Pereira Sales Alves falou pela primeira vez. Ela está no presídio de Teófilo Otoni, Minas Gerais. Chorando várias vezes, a pastora garantiu que a única certeza que ela tem é que nunca fez nada com os filhos Kauã Sales Butkovsky, 6 anos, e Joaquim Alves Sales, de 3, e que nunca percebeu abusos contra eles.
Ao decretar a prisão preventiva da pastora, o juiz André Dadalto, da 1ª Vara Criminal de Linhares, disse que os irmãos apresentavam sinais de abusos sexuais e que a pastora sabia.
A reportagem do jornal A Tribuna enviou as perguntas para a pastora por um dos seus advogados de defesa, Rodrigo Duarte, que esteve no presídio, na sexta-feira (22). O advogado disse que ainda não tem a data que Juliana será transferida para o Estado.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado, o juiz da 1ª Vara Criminal de Linhares fará a solicitação na próxima semana. Como em Linhares não há presídio feminino, a pastora Juliana será encaminhada para Colatina.
Veja entrevista
O que você diz sobre as acusações do Ministério Público? A promotora de Justiça disse que você foi omissa e que sabia do risco que seus filhos corriam. Isso é verdade? – De forma alguma. Eu jamais deixaria meus filhos na condição de risco.
Uma das acusações, na decisão do juiz, é que George tinha conduta que colocava as crianças em risco. Você sabia disso? – Ele nunca, sequer, levantou as mãos para mim. O cuidado que ele tinha com os meninos, era extraordinário. Não consigo falar dessa conduta dele.
Seus filhos eram abusados sexualmente, como foi dito na denuncia? – Não. Eu nunca percebi qualquer atitude de abuso contra meus filhos.
É verdade que as crianças sofriam maus-tratos, aponto de passarem fome e não terem atendimento médico? – Isso não é verdade. Minha família já passou por algumas dificuldades financeiras sim, mas nunca a ponto de passar fome. De forma alguma, isso não é verdade.
Uma das acusações afirma que George teria matado as criança buscando uma ascensão religiosa e aumento expressivo na arrecadação de valores por fieis e que você sabe de tudo. O que diz sobre isso? – Isso não existe. Não tem lógica, isso não existe.
Na conclusão do inquérito a polícia informou que foi encontrado sangue no banheiro de sua casa. Esse sangue seria do Joaquim. Como explica isso? – Tanto o Joaquim, quando o Kauã, soltavam sangue pelo nariz. Era um problema de saúde que eles tinham e eles faziam acompanhamento médico para tratar isso.
Como tem sido sua permanência na cadeia? – Terrível, ainda mais diante de uma acusação infundada. Mesmo tomando remédios choro todos os dias. Não durmo, não como direito e sinto muita falta dos meus filhos.
Como eram seus filhos? – Eles eram tudo o que eu tinha. Até o que me foi deixado, e tiraram, que foi meu bebê, de um ano (choro).Ele ainda esta amamentado.eu já mais faria eu permitiria que alguém fizesse mal a meus filhos
Tem mais alguma coisa que queira falar? Deixar alguma mensagem para as pessoas? – Não sei o que falar (choro),a única coisa que sei é que nunca fiz nada com meus filhos e jamais fui conivente com qualquer atitude que interferisse na vida deles. Morro de saudades deles e não estou suportando ficar sem o meu bebê (choro).
Fonte – Jornal A Tribuna