Os casos de Covid em crianças têm sido uma constante nos consultórios. A infectopediatra da Unimed Vitória Euzanete Coser alerta que muitos pais ainda levam seus filhos para supermercados, deixam que saiam para brincar no parquinho do condomínio, e assim as crianças acabam infectadas. “O risco é maior para os mais novos, que ainda não usam máscaras e podem ser infectados e transmitir o vírus para o resto da família”.
A especialista explica que existem novas variantes que afetam com mais gravidade crianças e adultos jovens, e que um estudo está sendo feito no Estado para entender como essas novas cepas estão realmente atacando. “Se o vírus acometer os grupos etários menores, e se a gente não tiver toda a precaução para reduzir o número de casos como um todo, vamos ter um maior número de crianças infectadas”. A infectologista relata que algumas crianças com câncer, neuropatas, diabéticas e obesas já têm sido acometidas por casos graves.
Euzanete observa que mais crianças têm sido testadas para a Covid, algo que não costumava ocorrer há pouco tempo. “Temos feito mais diagnósticos de Covid nas crianças. Em muitas famílias quando a mãe e o pai são infectados já assumem que os filhos estão infectados e não fazem o teste. A gente tem que fazer o exame e dar diagnóstico”, orienta.
Sem vacinas
Os sintomas nas crianças, geralmente, são os mesmos de um resfriado comum: dor na garganta, tosse, e podem ocorrer diarreia, febre e vômitos. “E se houver algum adulto em casa com sintomas como dor de cabeça, dor de garganta, coriza e espirros, tem que investigar”. O momento é de cuidado, já que ainda não existem vacinas para as crianças.
“As vacinas contra a Covid para crianças ainda não têm liberação. Vão começar os estudos, portanto, não sabemos se vamos ter vacinas para as crianças neste ano. Ainda é um sonho, uma vontade, mas não temos uma resposta neste momento. O remédio agora é protegê-las”, diz a médica.
Enquanto a vacina contra a Covid não chega para as crianças, é importante todas que elas sejam vacinadas contra a gripe, visto que os sintomas são semelhantes. “Neste momento todos que tiverem sintomas gripais terão que ser submetidos a exames de Covid, então, se nós evitamos ter a gripe, que é muito comum nas crianças, teríamos uma preocupação a menos”.
A infectopediatra salienta que as crianças correm muito risco saindo sem necessidade, já que é difícil respeitar as regras. “Mesmo a criança que tem idade para usar máscara acaba colocando a mão toda hora, tira do rosto, põe a máscara no chão, volta a colocar no rosto, fica coçando o nariz, quer dizer, a máscara acaba não funcionando como deveria. O ideal é não tirar as crianças de casa. Alguns pais podem argumentar que só vão dar uma volta no quarteirão, mas isso também não é recomendado”.
E se a criança tem menos de dois anos e nem pode usar máscara, não saia de casa com ela. “No ano passado foi proibida a entrada de criança em estabelecimentos comerciais, em shoppings, padarias, mas este ano não estamos vendo essa proibição. As pessoas têm ido ao supermercado com a família toda. Vi uma família fazendo compras com um bebê sem nenhuma necessidade”. A médica indica que os pequenos só saiam de casa para algo inevitável, como ir a uma consulta ou fazer um exame.