Uma dor de cabeça latejante, que demora a passar. Parece familiar para você? Crianças, adultos ou idosos, todos nós estamos sujeitos a ter uma “crise de enxaqueca”. Os motivos podem ser variados: falta de sono, fome, ansiedade, estresse, entre outros. Em muitos casos, as dores são tão fortes que impedem a realização de atividades do dia a dia. Mas afinal, como minimizar os sintomas?
O médico Leonardo Maciel, neurologista da Samp, explica que não existe uma causa estabelecida para enxaqueca. “É uma cefaléia primária, isto é, uma cefaléia sem uma causa identificável, como uma sinusite, uma pancada na cabeça, ou um AVC, que podem causar cefaléia associada a outros sintomas específicos destas doenças. Sabemos que a Enxaqueca tem bases genéticas e ambientais. Alguns alimentos e comportamentos são considerados gatilhos para a enxaqueca. Mas esses gatilhos não são iguais para todos, cada caso é individual”, afirma.
A enxaqueca não tem cura. Mas tem tratamento. É possível minimizar os sintomas e também reduzir a intensidade e a frequência das crises. “Não podemos oferecer um tratamento que impeça definitivamente que a enxaqueca apareça, apesar de que a grande maioria das pessoas experimentam uma melhora das crises com o avançar da idade. Se não há cura, podemos tratar de outras duas maneiras. O tratamento sintomático, dos sintomas, ou seja, das crises, quando a enxaqueca começa a dar sintomas. Seria como usar um analgésico e antitérmico para os sintomas iniciais da gripe. Utilizamos este tratamento apenas nas crises, no início dos sintomas. Você não deixa de ficar gripado, mas melhora seus sintomas atuais com o uso dos remédios certos”, esclarece o neurologista da Samp.
E a prevenção, como funciona? “Utilizamos este tipo de tratamento para pacientes que têm mais crises no mês ou na semana. Ou crises insuportáveis, muito debilitantes. São medicamentos não-analgésicos, feitos para outras doenças, mas que tiveram efeito preventivo para reduzir as crises. Este tratamento geralmente é prolongado, com medicamentos que devem ser tomados regularmente. Seria como tomar a vacina de gripe. Você não pode prometer que não vai gripar mais, mas provavelmente vai gripar menos”, explica.
Para além disso, no dia a dia, alguns cuidados são importantes:
1. Durma bem
Sono de qualidade e na quantidade adequada. Nada de dormir pouco, ou mesmo dormir mais que o suficiente.
2. Tenha uma boa alimentação
Evitar jejum prolongado, comidas industrializadas ou ultraprocessadas, bem como alimentos gordurosos, achocolatados, cerveja e vinho. Alimentos ricos em Glutamato monossódico (molho shoyo, realçadores de sabor), alguns adoçantes, e até o tomate ou a laranja também podem desencadear a enxaqueca.
3. Exercício na dose certa
Praticar exercícios regularmente é muito importante, mas atenção: nos dias de crise, a recomendação é repousar e não fazer atividade física. Não deixe de procurar um pronto atendimento se houver sinais de alarme.
4. Procure um neurologista
Se você tem crises que excedem 3x por mês, o ideal é buscar ajuda médica para iniciar um tratamento preventivo. Trata-se de uma doença geralmente crônica, e seu tratamento leva tempo para iniciar o efeito esperado, para reduzir as crises. E o tratamento precisa ser mantido por um tempo razoável, geralmente de 6 meses a 1 ano.
5. Use os remédios corretos
Durante as crises, tome o medicamento indicado pelo médico. Geralmente são indicados analgésicos de alta potência, anti-inflamatórios ou triptanos (medicamentos específicos para crises de enxaqueca). Evite tomar analgésicos comuns por conta própria.
Fonte: Dr Leonardo Maciel, neurologista da Samp