Na tarde desta quarta-feira (10), foi ouvida pela Justiça, na 1ª Vara Criminal de Vitória, no Centro, a avó paterna do menino Kauã, que morreu com o irmão Joaquim, durante um incêndio causado pelo padrasto George Alves, no dia 21 de abril, em Linhares. O depoimento dela, que é testemunha de acusação, durou cerca de 30 minutos.
Marlúcia Butkowiski contou que foi questionada sobre o convívio do pastor George com o enteado Kauã.
“A gente nunca ouviu nada, nunca soube de nada. É difícil de falar. O pouco que a gente convivia não tinha como perceber se tinha alguma coisa por trás disso. Se eu soubesse, meu neto estaria vivo. Não tinha condições. Eu queria ter tido essa percepção. ”
Emocionada, a avó disse que a vida mudou completamente desde a morte cruel do neto. “O dia a dia já é muito difícil. Não tem como você voltar a vida normal depois de uma barbárie que foi feita com uma criança tão linda, tão maravilhosa, meu único neto”.
Marlúcia espera que Juliana Salles, que também foi presa pelos crimes e George sejam punidos severamente. “Que a condenação seja a máxima possível, porque eu acho que 30 anos é muito pouco para tanta maldade, tanta crueldade com duas crianças”, desabafou.
Rainy Butkovsky, que é pai de Kauã, também é testemunha de acusação e foi ouvido pela Justiça. Durante a audiência, ele foi interrogado sobre o relacionamento com o filho, e com Juliana. Antes de Rainy, dois peritos da Polícia Civil e um do Corpo de Bombeiros, o tenente-coronel Ferrari, foram ouvidos pela Justiça.
Ferrari ficou no local por cerca de duas horas. Ele falou sobre a perícia do Corpo de Bombeiros na casa que foi incendiada no dia 21 de abril, em Linhares.
ACUSADOS FRENTE A FRENTE
Uma audiência de instrução e julgamento de Juliana e George foi marcada para o próximo dia 23, no Fórum Desembargador Mendes Wanderley, em Linhares. Neste dia, George e Juliana serão colocados frente a frente pela primeira vez, desde que foram presos. Como o caso segue sob sigilo, as audiências serão fechadas para o público e a imprensa.