Após a polêmica envolvendo comentário do participante Rodolffo a respeito do cabelo de João Luiz, que veio à tona no Jogo da Discórdia da última segunda-feira (5), o apresentador Tiago Leifert decidiu após um longo dia de pressões na internet, ter uma “conversa séria” com o cantor durante o programa ao vivo da noite de terça-feira (6).
Após encerrar a votação, e antes de revelar o eliminado desta semana, Leifert disse que desligaria o “modo apresentador” e falaria como fã e como a pessoa que tem o privilégio de conversar com os participantes da casa.
“Aquele assunto do João, era um assunto que estava muito restrito ao João, Camilla [de Lucas] e ao Gil. Vendo o que aconteceu ontem no jogo, vendo como você se defendeu, me preocupou, por isso eu tô aqui para conversar com você, de homem branco para homem branco”, começou o apresentador.
“Eu vi sua defesa, quando eu era mais novo, no colégio, também brincavam com o meu cabelo, com a textura do meu cabelo, isso nunca fez a menor diferença para mim, porque o meu cabelo, para mim, era um negócio que estava espetado no meu crânio, eu não tô nem aí. Um cabelo black power, que é o cabelo do João, não é um penteado, é mais que um penteado, é um símbolo luta, de resistência. Foi o que os americanos dos anos 1970 usaram como símbolo antirracista. Eles vestiram o black power para mostrar para as pessoas que eles se aceitavam, que eles se amavam.
“Até pouquíssimo tempo atrás, uma pessoa como a Cami e o João tinha que levantar em um ônibus para um branco sentar, não podia ir em um restaurante. Então historicamente, o cabelo do João foi associado a uma coisa suja, a uma coisa feia, não existia cosmético para a pele da Camilla, não existia nada para o cabelo do João.”
Após a conversa com os Brothers, e em especial com o Rodolffo, Leifert anunciou que o cantor era o eliminado da noite (50,48% dos votos.)
A Polícia Civil do Rio de Janeiro anunciou que irá investigar o cantor sertanejo por seus comentários considerados racistas dentro do reality show. A informação foi confirmada pela corporação através de nota emitida na tarde desta terça-feira, 6. “Foi instaurado procedimento para apurar o crime de preconceito racial. Imagens estão sendo analisadas e as investigações seguem em andamento”, diz o comunicado, que informa que a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (DECRADI) está responsável pelo caso.